A reunião entre o governo boliviano e os governadores de departamentos para buscar um acordo sobre pontos da nova Constituição do país será retomada nesta quinta-feira (14), mas sem a presença de Evo Morales, que à tarde embarca para o Paraguai, onde assistirá à posse do presidente eleito, Fernando Lugo. Embora a realização do encontro, nesta quarta, tenha sido um sinal de que pode haver diálogo, os resultados foram pouco significativos.
- A situação está como em janeiro. Não se avançou muito. Enquanto o governo não se abrir às exigências regionais, o diálogo será mais difícil - disse o governador do departamento de Tarija, Mario Cossio.
Para o vice-ministro de Descentralização, Fabian Yaksic, o problema é que "alguns governadores estão pressionados por greves de fome realizadas em seus departamentos para exigir a devolução um imposto que lhes foi reduzido no ano passado". Yaksic se refere a recursos pagos ao governo de La Paz por empresas que exploram os hidrocarbonetos bolivianos. Antes, o dinheiro era repassado aos governos locais, mas desde o ano passado o governo o usa também para financiar um projeto de pagamento de aposentadorias.
Na visão do governo, as medidas tomadas nos departamentos para exercer pressão e forçar a negociação devem ser abandonadas. A oposição, no entanto, quer antes a devolução dessa renda dos hidrocarbonetos e o reconhecimento incondicional das autonomias regionais. As informações são da Ansa.
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