Se for convidado, o Grupo de Países Amigos da Bolívia, formado por Brasil, Argentina e Colômbia, está disposto a colaborar com as negociações entre governo e oposição naquele país. No último domingo (10), os bolivianos confirmaram, ao votar no referendo revogatório de mandato, Evo Morales na presidência. Na medida em que nós sejamos chamados a ajudar, nós o faremos, afirmou nesta quinta-feira (14) o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
No entanto, o chanceler destacou que primeiro é necessários que os próprios bolivianos procurem resolver os problemas políticos do país pelos seus próprios meios, uma vez que os Países Amigos formam um grupo de facilitação, mas não de intermediação. Nós precisamos dar um pouco de chance aos bolivianos para ver até onde eles vão por meios deles, disse.
Desde a aprovação do novo texto constitucional na Bolívia, em dezembro de 2007, o país vive um impasse que dividiu os principais forças polítcas do país. Desde então, governadores de oposição - ligados oligarquia que historicamente comandou a Bolívia - , que realizaram referendos para aprovar estatutos de autonomia em quatro departamentos: Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija. O governo central considerou as consultas ilegais e inconstitucionais.
Outro tema que provoca divergências é a distribuição do recursos arrecadados com o Imposto Direto sobre Hidrocarbonetos (IDH), que é destinado a financiar um auxílio financeiro a aposentados. A oposição é contra a ajudar aos aposentados.
O Grupo de Países Amigos tem atuado desde o início do ano para tentar aproximar governo e oposição. Em junho, os três governos divulgaram uma nota chamando os bolivianos a continuarem tentando o diálogo.