O governo egípcio decretou nesta quarta-feira o estado de emergência em todo o país durante um mês a partir das 16h locais (11h de Brasília), após os conflitos das últimas horas em várias províncias.
Segundo um comunicado do governo, pronunciado na TV estatal, a decisão foi adotada devido ao "perigo" que ameaça "a segurança e a ordem nos territórios do país".
O presidente interino egípcio, Adly Mansour, encarregou as forças armadas, com a ajuda da polícia, de adotar as "medidas necessárias" perante a situação.
As autoridades denunciaram "atos propositais de destruição e ataques contra instalações públicas e privadas e a morte de cidadãos pelas mãos de grupos radicais".
Essa medida de exceção contou com a aprovação do Conselho de Ministros.
Os distúrbios se estenderam por várias partes do país, depois que a polícia iniciou nesta manhã uma operação para desmantelar os acampamentos dos seguidores do deposto presidente Mohammed Mursi nas praças de Rabea al Adauiya e de Al-Nahda, no Cairo.
O Ministério da Saúde confirmou o número crescente de mortos e feridos nos confrontos em distintas províncias do Egito, segundo a televisão estatal.
O estado de emergência esteve em vigor no Egito com a desculpa da luta contra o terrorismo de 1981 até maio de 2012, quando a junta militar que governou o país desde a derrocada do regime de Hosni Mubarak (1981-2011) até a ascensão de Mursi ao poder decidiu não renová-lo.
A medida suspende vários direitos pessoais, civis e políticos como o de greve, o de ser assessorado por um advogado em caso de ser preso ou de realizar comícios políticos.
O status também dá carta branca às forças de segurança para entrar em uma casa e deter qualquer pessoa sem necessidade de notificar as autoridades judiciais.
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