O governo do Paquistão ordenou nesta segunda-feira (6) a deportação de 50 mil refugiados afegãos que vivem próximos à região tribal de fronteira, em meio a uma ofensiva militar de Islamabad contra militantes do grupo fundamentalista Taleban e da rede terrorista Al-Qaeda.

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O governo paquistanês informou nesta segunda que começou a expulsar todos os refugiados afegãos na região de Bajur e alegou que muitos deles têm ligações com os grupos militantes. A polícia paquistanesa deteve 25 refugiados na cidade de Khar e disse que eles serão deportados em breve.

"A polícia da região tribal recebeu ordens para colocar todos eles (os refugiados) fora (do país)", disse um oficial do governo local, Abdul Haseeb, nesta segunda-feira. Segundo ele, as habitações dos refugiados serão destruídas para impedir a volta.

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Uma ofensiva do exército paquistanês em Bajur, deflagrada no começo de agosto, já custou mil vidas. Ela ocorre em meio à crescente pressão dos Estados Unidos sobre o governo do presidente Asif Ali Zardari para derrotar os militantes na região de fronteira com o Afeganistão, onde acredita-se que o líder terrorista Osama bin Laden esteja escondido.

Zardari prometeu cooperar na luta contra o terrorismo, mas precisa agir com cuidado, dada a forte oposição no Paquistão à sua aliança com Washington.

Isso tem ficado cada vez mais difícil, após incursões americanas e disparos de mísseis contra supostos militantes da Al-Qaeda e do Taleban no lado paquistanês da fronteira. Em uma entrevista recente ao The Wall Street Journal, Zardari sugeriu que permitiu os ataques americanos, o que irritou os paquistaneses.

"Nós temos um entendimento, no sentido de que estamos indo juntos contra o inimigo", disse Zardari ao jornal, em entrevista publicada no sábado.

Nesta segunda-feira, o porta-voz do governo do Paquistão, Farhatullah Babar, insistiu que não existe acordo que permita aos americanos dispararem mísseis contra esconderijos no Paquistão. Ele disse que o jornalista interpretou errado o presidente, que falava de uma maneira geral sobre a guerra contra o terrorismo.

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"A posição oficial é que nós não permitimos incursões estrangeiras em território paquistanês", disse.

Zardari também disse ao jornal que "a Índia nunca foi uma ameaça" ao Paquistão e chamou os militantes islâmicos na região indiana da Caxemira de "terroristas".

Os comentários deixaram inquieto o Exército do Paquistão, que sempre viu a Índia como seu principal inimigo.

Nesta segunda-feira, no mais recente ataque contra políticos e militares paquistaneses, além de ocidentais, um homem-bomba suicida atacou a casa de um parlamentar no leste do país, matando 15 pessoas e ferindo 50, informaram funcionários do governo.

O ataque ocorreu contra a casa de Rasheed Akbar Niwani, integrante da Liga Muçulmana do Paquistão, o principal partido de oposição. O oficial de polícia, Khan Baig, disse que não está imediatamente claro se Niwani está entre as vítimas. As informações são da Associated Press.

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