A Grécia apelou aos seus parceiros da União Europeia nesta terça-feira (18) para que alcancem uma estratégia abrangente para lidar com uma crescente crise imigratória, num momento em que novos dados mostraram que 21.000 refugiados desembarcaram em terras gregas na semana passada.
Esse número é quase a metade do ingresso total de refugiados na Grécia em 2014 e eleva as chegadas neste ano para 160.000, enquanto o país sofre para combater uma crise de dívida que o forçou a aceitar um terceiro resgate internacional.
O afluxo de refugiados, principalmente da Síria, tem prejudicado um sistema de recepção já mal preparado na Grécia, que depende fortemente de voluntários, forçando milhares de pessoas a acampar em condições imundas e desencadeando confrontos esporádicos.
Um porta-voz da agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (Acnur) em Genebra disse que a Grécia precisava mostrar “muito mais liderança” para lidar com a crise.
Mas as autoridades gregas disseram que precisavam de uma melhor coordenação dentro da União Europeia. “Esse problema não pode ser resolvido através da imposição de processos legais rigorosos na Grécia, e, certamente, não virando os barcos”, disse a porta-voz do governo, Olga Gerovassili.
A imigração também não pode ser abordada através da construção de cercas, acrescentou ela.
No início deste mês, foi iniciada a construção de 175 quilômetros de cerca de arame farpado na Hungria para deter imigrantes, enquanto que Grã-Bretanha e França reforçaram a segurança no lado francês do túnel de 30 quilômetros que liga os países.
A Grécia, que vive sua pior crise econômica em gerações, criticou outros países europeus por serem mais um obstáculo do que uma ajuda. “Este país não tem os recursos financeiros ou a infraestrutura para passar por isso de forma digna”, disse Gerovassili.
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