O coordenador de controle de doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Carlos Magno Fortaleza, disse que São Paulo, assim como todo o país e a América, está em alerta com o aparecimento de um foco da gripe aviária no Canadá. Segundo ele, a migração de aves é um risco e há preocupação de mapear a vinda desses pássaros. Segundo ele, as aves aquáticas não migram no Brasil para as regiões próximas das grandes criações de galinhas.
- Elas migram mais para o pantanal, para o Lago dos Patos, e não para as áreas onde estão as grandes criações avícolas. Agora, a possibilidade de transmissão de aves para humanos, aqui no Brasil, é bastante remota, uma vez que não temos o costume da Ásia de ter contato íntimo e prolongado com as aves - disse Fortaleza.
Depois de casos descobertos no mês passado na Colômbia, o vírus H5 infectou pássaros no Canadá. De 4.080 pássaros analisados, o vírus foi encontrado em 28 patos em Quebec e 5 patos em Manitoba. Os resultados ainda não foram divulgados, mas toda a América se mantém apreensiva, com medo de que o vírus se espalhe pelo continente. Nesta terça-feira, o presidente George W. Bush deve pedir mais recursos ao Congresso americano para o financiamento de programas de combate à doença.
Em São Paulo, um grupo de estudos se reúne nesta manhã para preparar um documento com um plano de ação para a prevenção da gripe aviária. Fortaleza, que supervisiona esse grupo, disse que não se pode correr o risco de o vírus prejudicar a produção agrícola e causar um grande dano econômico.
- Para isso, temos que tomar uma medida de prevenção. Estamos nos prevenindo, no entanto, para uma possibilidade de esse vírus sofrer uma modificação e vir a circular entre humanos. Vamos elaborar um plano de contingência - afirmou.
O objetivo é aumentar a vigilância, assim como foi feito em 2003, quando foram detectados casos suspeitos de pneumonia atípica (Sars) no estado de São Paulo, os primeiros da América Latina. Na semana passada, o estado de São Paulo lançou um conjunto de ações preventivas para evitar uma epidemia da gripe aviária e combater uma eventual pandemia.
O governo prevê um investimento inicial de R$ 2 milhões, que incluem a capacitação de profissionais da saúde e o aumento do número de unidades sentinelas, que são responsáveis pela identificação de novos tipos de gripe e a notificação à Organização Mundial de Saúde (OMS). Há ainda a intenção de expandir a vacinação contra o vírus influenza, que causa a gripe.
- É natural que as pessoas tenham medo quando uma doença está sob os holofotes e quando há uma preocupação mundial tão grande. Mas nesse momento, não temos gripe aviária no Brasil. Temos uma das condições de aves mais organizadas e protegidas do mundo e não temos com o que nos preocuparmos. Temos um serviço de sentinela que monitora o vírus da gripe no estado. Atualmente temos dois serviços, que serão aumentados para quatro até o final do ano e oito até o próximo inverno - disse.
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