Rio de Janeiro - De um lado, ambientalistas e estudantes da rede municipal com uniformes por baixo de ca­­misetas pretas. Do outro, funcionários da Eletronuclear, alguns com crachás da empresa pendurados no pescoço, vestindo branco. O centro de Angra dos Reis, no litoral fluminense, foi palco on­­tem de manifestações opostas e simultâneas contra e a favor da expansão do programa nuclear brasileiro com a prometida construção da usina Angra 3.

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"Nossa manifestação é pacífica e silenciosa", disse Rafael Ri­­beiro, um dos conselheiros da ONG Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sape), pouco depois de os manifestantes dos do­­is grupos se cruzarem na Praça General Osório.

Cerca de 40 estudantes de duas escolas públicas engrossaram o coro de duas dezenas de ambientalistas, que percorreram ruas carregando faixas, velas acesas, uma coroa de flores e um caixão cenográfico até a Praça da Matriz, em passeata, usando máscaras brancas no rosto e cobertos por panos pretos.

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A favor

O grupo do "sim" era menor, cer­­ca de 25 pessoas ao todo. "Nossa intenção não é o embate, mas o contraponto. Eles (os ambientalistas) estão tirando proveito da tragédia no Japão", disse o técnico de edificações Donato Borges, de 51 anos, que trabalha há 34 anos na Central Nuclear de Angra.

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