Menos de 100 civis morreram na Ossétia do Sul durante a guerra da Geórgia no mês passado, disseram nesta quinta-feira (11) ativistas dos direitos humanos. O número é muito menor que o informado por funcionários da Rússia e da Ossétia do Sul. A pesquisadora russa da Human Rights Watch, Organização Não Governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos, Tatiana Lokshina, disse que visitas a um hospital, a um cemitério e em várias conversas com pessoas não corroboraram acusações de que 1,5 mil civis foram mortos na guerra. "Eu não sei de onde veio o número de 1,5 mil mortos", disse. "Graças a Deus, as mortes de civis não foram milhares", afirmou, acrescentando que aparentemente foram mortos "menos de 100" civis.
As autoridades da Geórgia dizem que 169 militares e policiais georgianos e 69 civis da Geórgia foram mortos na guerra. Os militares russos dizem que 74 dos seus soldados foram mortos no conflito. Tatiana disse que os pesquisadores, que conversaram com moradores da Ossétia do Sul, não encontraram evidências de atrocidades, torturas e estupros cometidos por tropas da Geórgia - ao contrário das acusações da Rússia e da Ossétia do Sul.
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que mais de 100 mil pessoas foram obrigadas a deixar as suas casas por causa do conflito. A guerra irrompeu em 7 de agosto, quando tropas da Geórgia atacaram a sua província separatista da Ossétia do Sul e bombardearam a capital, Tskinvali. No dia seguinte, o exército russo reagiu e expulsou os georgianos, iniciando uma contra-ofensiva que empurrou o exército georgiano de volta para a Geórgia. Após cinco dias de combates, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, mediou um acordo de cessar-fogo.