Três dias após os atentados de Bruxelas, a morte de cidadãos de onze nacionalidades puderam ser confirmadas pelas autoridades dos respectivos países, a medida que são identificados os 31 corpos recuperados.
De acordo com o ministério holandês das Relações Exteriores, três vítimas holandesas foram identificadas. Elas seriam um irmão e uma irmã que viviam em Nova York e uma mulher de Deventer, no centro da Holanda.
EUA mataram Abdel Rahmane al-Qaduli, número dois do Estado Islâmico
Leia a matéria completaA polícia alemã deu a morte, sem mais detalhes, de uma cidadã oriunda de Aquisgrán.
O ministério das Relações Exteriores espanhol indicou que a vítima alemã tinha nacionalidade espanhola e italiana, informou a imprensa local, citando o Escritório de Informação Diplomática (OID).
“Se trata de Jennifer García Scintu, de 29 anos, que também tinha nacionalidade italiana e alemã”, informou o jornal La Vanguardia.
O jornal El País informou que a jovem estava indo viajar para os Estados Unidos com seu marido quando foi ferida mortalmente no aeroporto.
Na quinta-feira as autoridades de Aquisgrán informaram que entre as vítimas havia um casal do local, e a imprensa alemã informou que o marido estava ferido e que a mulher estava desaparecida.
“O que sabemos é que Lars está em coma, gravemente ferido. Não sabemos nada de nossa sobrinha”, disse na quinta-feira ao Bild o tio da jovem, Claudio Scintu. “A única coisa que podemos fazer é rezar. Eles queriam ir a Nova York. Tinham organizado essa viagem um ano depois de seu casamento”, acrescentou.
De acordo com o ministério holandês das Relações Exteriores, três vítimas holandesas foram identificadas. Elas seriam um irmão e uma irmã que viviam em Nova York e uma mulher de Deventer, no centro da Holanda.
De acordo com a emissora pública NOS, as vítimas são Alexander Pinczowski e sua irmã Sascha Pinczowski, ambos com 21 anos. Eles estavam prestes a embarcar em um voo para os Estados Unidos. A terceira vítima é Elita Weah, de 41 anos, que ia para o funeral de seu padrasto em Boston, nos Estados Unidos.
O Foreign Office britânico confirmou nesta sexta-feira a morte de David Dixon, um técnico em informática de 51 anos, residente na Bélgica, e que estava desaparecido desde os ataques.
Em Paris, a chancelaria também anunciou a morte de um cidadão francês.
Um homem chinês também está entre as vítimas dos ataques, confirmou a embaixada chinesa na Bélgica, sem fornecer maiores detalhes.
Além disso, dois americanos morreram nos ataques, enquanto outros seguem desaparecidos, segundo anunciou oficialmente o governo americano.
“Podemos confirmar que dois cidadãos americanos morreram nos atentados de 22 de março”, indicou uma porta-voz do departamento de Estado, Elizabeth Trudeau.
Longo processo de identificação
As mortes anunciadas nesta sexta-feira somam-se aos mortos já identificados até agora: a peruana Adelma Marina Ruiz Tapia, de 37 anos, foi morta no aeroporto onde estava com o seu marido belga e seus filhos gêmeos.
Uma cidadã marroquina, cujo nome não foi divulgado, também morreu. Ela estava no metrô.
Também foi confirmado que ao menos dois cidadãos belgas morreram no metrô. Trata-se de Olivier Delespesse, de 45 anos, um funcionário público da Federação de Valônia-Bruxelas, e Leopold Hecht, um estudante de direito de 20 anos da Universidade Saint-Louis de Bruxelas.
A família de Leopold Hecht decidiu doar seus órgãos. “Sabemos que é uma decisão que ele teria gostado, mesmo que nunca tenha manifestado”, declarou a mãe do jovem ao jornal La Libre Belgique.
O trabalho de identificação pode ainda demorar, advertiu na quinta-feira Michaël Jonniaux, porta-voz da polícia federal, porque trata-se de uma “catástrofe aberta, não existe uma lista de pessoas que estavam no metrô, como pode haver uma lista de passageiros para um acidente de avião, por exemplo”.
Outra dificuldade para os especialistas se deve à violência das explosões, que danificou muitos corpos.
Finalmente, as muitas nacionalidades envolvidas torna difícil a recuperação de dados.
Como nos ataques terroristas de Paris, em novembro, os apelos por notícias se multiplicam nas redes sociais.
No Facebook, parentes de Aline Bastin procuram a belga de 29 anos que estava na estação de metrô no momento da explosão. O mesmo é o caso da família de Loubna Lafquiri.
Para ajudar as famílias, o governo belga estabeleceu uma linha telefônica de emergência, 1771.
Entre os desaparecidos está Bart Migom, um estudante de 21 anos que deveria voar para os Estados Unidos para encontrar sua namorada, Emily Eisenman. “Ele me mandou uma mensagem no trem para o aeroporto de Bruxelas. Ele deveria me enviar uma foto de seu cartão de embarque, mas nunca o fez”, declarou a uma televisão americana.
Se sua morte não foi anunciada oficialmente, o porta-voz da universidade de Bruges, onde o jovem estudava, confirmou a morte ao jornal flamengo De Standaard.
Além das 31 vítimas, os ataques no aeroporto e no metrô de Bruxelas fizeram 300 feridos, entre portugueses, franceses, britânicos e marroquinos.
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