O Hamas disse nesta quarta-feira (31) que está disposto a aceitar uma proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza se Israel concordar em interromper os bombardeiros e também levantar o bloqueio ao território palestino.
A informação foi divulgada por Ayman Taha, um líder do movimento. O anúncio foi feito pouco depois de o premiê de Israel, Ehud Olmert, ter descartado um cessar-fogo de 48 horas proposto pelo governo da França.
Os pesados ataques aéreos à região palestina controlada pelo Hamas entraram em seu quinto dia, e militantes palestinos continuam lançando foguetes contra território israelense. Até agora, o número de palestinos mortos chega a 375, e quatro cidadãos de Israel morreram em ataques com foguetes.
"A proposta não contém garantias de nenhum tipo de que o Hamas vai parar com os foguetes e o contrabando", disse Yigal Palmor, porta-voz do ministério israelense de Relações Exteriores. Segundo Israel, novos foguetes palestinos foram lançados nesta quarta contra a cidade de Beersheba.
A rejeição à trégua ocorre mesmo com o aumento da pressão internacional sobre Israel pelo fim dos ataques. A proposta de cessar-fogo havia sido feita pela França.
O ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, se disse contrário à iminente operação terrestre do exército israelense em Gaza. "Não desejo que haja uma ação terrestre porque acredito que não existe uma solução terrestre e que isto provocará muito mais mortes", afirmou Kouchner, entrevistado pela emissora de rádio francesa RTL.
O governo de Israel havia declarado nesta terça que os ataques aéreos contra o grupo Hamas, em Gaza, eram apenas a primeira de muitas fases da ofensiva militar.
No Mar Mediterrâneo, nesta terça, um navio israelense colidiu com uma lancha que trazia ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. Testemunhas disseram que a colisão foi proposital e em águas internacionais.
Autoridades israelenses dizem que fizeram um alerta por rádio para que a embarcação voltasse e negaram que tenham usado força excessiva. Os israelenses permitiram a entrada de ajuda sobre rodas.
O governo de Israel diz que é uma guerra total e, segundo o primeiro-ministro, Ehud Olmert, ainda em seu primeiro estágio. O Exército fala em várias semanas de combate. Além dos bombardeios com aviões e navios, Israel prepara uma ofensiva por terra e já concentrou tanques e pessoal na área.
Ao mesmo tempo, em todo o mundo árabe crescem os protestos contra os ataques de Israel. Até nos Estados Unidos (assista ao vídeo) houve manifestações.
Ajuda humanitária
O governo brasileiro informou ter recebido da Delegação Especial da Palestina noBrasil um apelo para a doação emergencial de medicamentos para suprir os centrosmédicos da Faixa de Gaza.
O Itamaraty informou que vai mobilizar o Grupo de Trabalho Interministerial de Assistência Humanitária Internacional para atender ao pedido palestino.
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