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O grupo islâmico Hamas disse nesta quarta-feira (4) que dificilmente o Egito conseguirá cumprir o prazo previsto e apresentar nesta quinta-feira (5) um acordo visando a uma trégua de longo prazo entre Israel e os palestinos da Faixa de Gaza.

O dirigente Moussa Abu Marzouk disse ao canal árabe Al Jazeera que o Hamas ainda precisa de esclarecimentos sobre até que ponto Israel suspenderá o bloqueio contra Gaza.

Funcionários do Hamas e de Israel mantiveram negociações em separado com mediadores egípcios para discutir os termos da trégua, que substituiria o precário cessar-fogo em vigor desde 18 de janeiro, após 22 dias de intensa ofensiva israelense, seguida por incidentes esporádicos desde então.

Abu Marzouk disse em Damasco que "ainda há muita intransigência israelense (...), então não acredito que haja o início de uma trégua amanhã".

"Não há garantias suficientes para a abertura das passagens fronteiriças, e há expressões ambíguas que precisam ser esclarecidas", acrescentou.

A principal exigência do Hamas é que Israel e o Egito reabram todos os acessos fronteiriços à Faixa de Gaza à livre movimentação de pessoas e mercadorias. Gaza está sob bloqueio econômico praticamente ininterrupto desde que o Hamas assumiu o controle do território, em junho de 2007.

Abu Marzouk disse que Israel oferecia a abertura de 70 por cento da capacidade da fronteira, e que o Hamas exigia mais clareza a respeito desse compromisso. "Essas expressões ambíguas são sempre interpretadas em favor de Israel, porque (o país) está no controle dos pontos de passagem", disse ele.

O Hamas disse que estaria de acordo com a presença de monitores europeus ou turcos que escrevessem relatórios sobre o que entra e sai, ideia que Israel rejeita, segundo Marzouk.

A principal reivindicação israelense no processo é de que a comunidade internacional dê garantas de que não haverá contrabando de armas para o Hamas, e que o grupo deixe de disparar foguetes contra o seu território.

Na quarta-feira, o chanceler Ahmed Abou Gheit referiu-se à possibilidade de um acordo nos próximos dias, o que amplia a sensação de que o prazo de quinta-feira não será cumprido.

"Se não acontecer nos próximos poucos dias, posso confirmar que o Egito continuará avançando no caminho que garanta que esta trégua seja obtida num futuro muito próximo", disse ele.

Abu Marzouk disse que uma delegação do Hamas estava reunida no Cairo na noite de quarta-feira com o chefe da inteligência egípcia, Omar Suleiman, principal mediador da trégua.

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