A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, desafiou os russos a abrirem seu sistema político e a aceitar a diversidade e a dissidência, afirmando que o tipo de pensamento da Guerra Fria pode limitar o sucesso do país no século 21.

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Hillary falou nesta quarta-feira a estudantes universitários em Moscou. Logo depois viajou para Kazan, a capital da república da Tartária. As reuniões informais, que encerram uma visita de cinco dias à Europa, tiveram como objetivo ajudar a redefinir as relações entre Estados Unidos e Rússia.

Ela enfatizou aos estudantes que o sucesso da Rússia depende de sua vontade de cultivar liberdades fundamentais, dente elas a liberdade de participar do processo político.

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"Os cidadãos precisam ter o poder para ajudar a formular as leis sob as quais vivem", disse ela a cerca de 2 mil estudantes da Universidade Estatal de Moscou.

"Elas precisam saber que seus investimentos de tempo, dinheiro e propriedade intelectual serão assegurados pelas instituições do governo."

Sua mensagem parece ter tido, em parte, o objetivo de conter os temores de liberais democratas russos de que os Estados Unidos não manteriam seu apoio ao Kremlin, com o retrocesso da democracia e dos direitos humanos, em troca da cooperação russa no Irã e no Afeganistão.

"Numa sociedade inovadora, as pessoas precisam se sentir livres para tomar posições impopulares, discordar do senso comum, saber que estão seguras para desafiar os abusos das autoridades", disse Hillary.

"É por isso que ataques a jornalistas e a defensores dos direitos humanos aqui na Rússia são uma grande preocupação: porque são uma ameaça ao progresso", disse a secretária de Estado diante de um monumental mosaico, em cujo topo estão a foice e o martelo.

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Hillary disse aos estudante que um dos livros que teve grande importância em sua vida foi "Os Irmãos Karamazov", do escritor russo Fiodor Dostoievski, em particular a parábola do Grande Inquisidor, que ela viu como "uma lição contra a servidão".

"Eu acredito que uma das maiores responsabilidades que temos como seres humanos é nos abrirmos à possibilidade de que podemos estar errados", disse ela. "Uma das maiores ameaças que enfrentamos é de pessoas que acreditam que estão absolutamente e certamente certas sobre tudo e que são donas da única verdade que foi passada a elas por Deus".

Ao final, ela disse que espera que russos e norte-americanos se comportem como parceiros. "Eu escolhi a parceria e eu escolhi deixar de lado o fato de ter sido uma criança da Guerra Fria. Eu escolhi ir além da retórica e da propaganda que veio do meu governo e do de vocês", disse ela. "Eu escolhi um futuro diferente e essa é uma escolha que cada um de nós pode fazer todos os dias e eu espero dividir este futuro com vocês".

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