A extinção em massa de animais pré-históricos da Tasmânia foi resultado da caça, e não de mudanças climáticas como se acreditava. A afirmação foi feita por cientistas britânicos e australianos em estudo recente. Para eles, a principal evidência da nova teoria é que os cangurus gigantes e outros marsupiais ainda habitavam a ilha da Tasmânia, à época ligada ao sul da Austrália, quando os primeiros humanos chegaram. Os animais sobreviveram ali junto com os homens por dois mil anos.

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Ao longo dos anos, dos cientistas tiveram enormes discussões sobre as razões que levaram a extinção em massa, no final da Era do Gelo. As mudanças climáticas ou o impacto dos homens sobre o meio ambiente geralmente eram considerados os principais culpados.

O homem chegou à Tasmânia há 43 mil anos, quando a ilha estava temporariamente ligada à Austrália por uma ponte de terra. Cientistas acreditavam que os animais gigantes, que compunham a megafauna, teriam sobrevivido até este momento, não convivendo com os homens. Fato que tirava a responsabilidade dos humanos no desaparecimento destes animais na ilha.

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Um novo estudo, publicado nesta terça-feira, no periódico "Proceedings of the National Academy of Sciences", relata a descoberta de que os cangurus gigantes sobreviveram na Tasmânia até as pessoas chegarem. Decoberta que torna os humanos novamente possíveis responsáveis pela extinção da megafauna.

Os resultados das análises com carbono 14 mostram que esses animais sobreviveram até pelo menos 41 mil anos atrás e por cerca de dois mil anos desde a instalação dos primeiros assentamentos humanos na ilha. Como nesta época, o clima na Tasmânia não havia mudado dramaticamente, os pesquisadores argumentaram que isso era a evidência de que as espécies foram conduzidas a extinção pela caça excessiva.

- O argumento de que a mudança climática foi a causa de uma extinção em massa perdeu força de modo considerável - declara Chris Turney, cientista da Universidade de Exeter (Reino Unido) e principal autor do estudo.

Desde a descoberta, feita por Charles Darwin, da permanência de preguiças gigantes na América do Sul, o debate da extinção da megafauna em outras partes do mundo ganhou força. Após 150 anos da publicação da Origem das Espécies de Darwin, o argumento da mudança climática, como causa da extinção em massa, foi seriamente questionado.

Os pesquisadores explicam ainda que o exemplo da Tasmânia se aplica a outras regiões do mundo. A história da Tasmânia pode ser usada como exemplo no intricado dilema entre mudanças climáticas e ação predadora do homem.

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