Sanaa - O ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, 65 anos, há 32 anos no poder, descartou sua renúncia imediata, pedida por milhares de manifestantes, e afirmou que o país entrará em guerra civil se ele for forçado a abandonar o cargo.
Mais tarde, porém, seu porta-voz, Ahmed al Sufi, disse que Saleh está disposto a deixar o poder no final de 2011 ou em janeiro de 2012, após eleições parlamentares. A concessão do ditador, que antes prometera sair em setembro de 2013, não satisfez a oposição, que a chamou de "nova manobra política.
A pressão sobre Saleh, que enfrenta protestos desde fevereiro, cresceu exponencialmente após atiradores de elite matarem 52 pessoas durante manifestação na capital do país, Sanaa, na sexta-feira. Nova manifestação tomou conta ontem do centro da capital, Sanna. Não houve relatos de conflitos.
Preocupação dos EUA
Ontem, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, manifestou publicamente preocupação com a instabilidade no Iêmen, aliado norte-americano na região, e disse que é necessário não "desviar o foco do combate à Al-Qaeda. Os temores se justificam: um braço do grupo terrorista, a Al-Qaeda na Península Árabe, age desde 2009 no Iêmen e foi responsável por atentado frustrado no Natal daquele ano, quando um nigeriano tentou se explodir em um avião rumo a Detroit (EUA).
Antes dos protestos, Saleh enfrentava também rebelião armada no norte do país, que já dura sete anos, e movimento separatista no sul, onde 13 supostos membros da Al-Qaeda morreram ontem em choque com o Exército.
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