Menino mulçumano protesta contra os ataques em Mumbai| Foto: RUPAK DE CHOWDHURI/REUTERS

O novo ministro indiano do Interior, Palaniappan Chidambaram, disse nesta sexta-feira (5) que os atentados da semana passada em Mumbai revelaram falhas na segurança, e que há provas contundentes de envolvimento do inimigo Paquistão.

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O governo indiano está sob críticas da oposição devido a uma suposta fraqueza na segurança, que teria permitido que dez muçulmanos armados passassem três dias espalhando o terror pela antiga Bombaim, principal centro financeiro da Índia.

"Eu seria menos do que leal se eu dissesse que não houve lapsos", disse Chidambaram a jornalistas em Mumbai. "Eles estão sendo examinados. Vamos cuidar das causas que levaram aos lapsos."

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Chidambaram assumiu o cargo no domingo, após a renúncia do seu antecessor Shivraj Patil.

172 mortos

Morreram 172 pessoas nos ataques, segundo balanço divulgado pelo ministro.

"De acordo com as informações desta manhã, 163 civis e policiais morreram nos ataques", disse o ministro. "Nove terroristas morreram, elevando o balanço total a 172, e 293 pessoas ficaram feridas nos atentados terroristas. Muitos ainda estão em tratamento médico."

Entre as vítimas fatais estão 18 policiais, incluindo o chefe do esquadrão antiterrorista de Mumbai, Hemnant Karkare.

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Uma fonte do governo do estado indiano de Maharashtra, do qual Mumbai faz parte, disse à France Presse que 26 vítimas eram estrangeiras.

"Enfurecido"

A Índia está mais ferida e enfurecida do que nunca depois dos atentados cometidos na semana passada, advertiu nesta sexta-feira o premiê Manmohan Singh.

"Dizemos ao mundo que o povo indiano jamais se sentiu tão ferido e enfurecido, por causa dos ataques terroristas de Mumbai", declarou Singh.

A Índia terá eleições em maio, e analistas dizem que o primeiro-ministro precisa demonstrar uma ação firme na questão da segurança para conter as críticas.

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Na manhã de sexta-feira, estampidos foram ouvidos no aeroporto internacional de Nova Délhi, causando agitação. A polícia interditou os arredores do aeroporto, mas um suspeito conseguiu fugir sozinho em um veículo utilitário, segundo o canal NDTV. A polícia disse que não houve feridos.

Jornais locais disseram que a ISI, agência paquistanesa de espionagem, se envolveu no treinamento de militantes supostamente ligados ao grupo paquistanês Lashkar-e-Taiba, responsabilizado por atentados anteriores na Índia.

"A conexão da Inteligência Inter-Serviços (ISI) foi clara e evidente", disseram fontes de inteligência de Nova Délhi ao jornal Times of India.

O ataque de Mumbai gerou uma nova onda de tensão entre os dois vizinhos, rivais com armas nucleares, que há quatro anos tentam uma reaproximação, agora comprometida.

A secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, foi nesta semana a Nova Déli e a Islamabad para tentar estabelecer uma mediação entre os dois países, que travaram três guerras desde sua independência, em 1947.

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Rice minimizou a possibilidade de uma reação militar da Índia, e disse que a luta global contra o terrorismo exige cooperação.