O Exército indonésio assumiu nesta sexta-feira (14) a frente dos trabalhos no sudoeste da ilha de Sumatra para atender aos milhares de desabrigados pelo terremoto buscar de 8,4 graus de quarta-feira (12), enquanto réplicas continuam afetando a região.

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Os últimos dados oficiais confirmam 13 mortos e 26 feridos, além de 1.576 casas ou edifícios destruídos e 9 mil danificados, sem contar 450 escolas.

No Centro de Controle estabelecido pelo Corpo Provincial de Coordenação de Gestão de Desastres da Indonésia (Satkorlak, sigla em indonésio), em Bengkulu, o Exército coordena com as autoridades civis, a polícia e a Cruz Vermelha os trabalhos de avaliação de danos e distribuição de ajuda.

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"A situação está sob controle. As vítimas já estão recebendo ajuda", disse o chefe do Satkorlak, general Pak Bowo, nesta sexta-feira.

O único lugar de onde não se tem informação desde o terremoto de quarta-feira é o distrito de Muko-Muko, no norte de Bengkulu. Só um subdistrito conseguiu entrar em contato com as autoridades provinciais e oferecer dados sobre a situação.

Várias ONGs, como Care e Hope, se encaminham nesta sexta para Muko-Muko. Além disso, o tenente Agil Eko afirmou que "foi enviado um batalhão ao local, para verificar o que está acontecendo e auxiliar a população".

"Ontem (quinta-feira) à noite saíram quatro caminhões com ajuda em direção ao norte de Bengkulu. Hoje (sexta-feira) enviaremos um helicóptero às zonas mais afetadas, os distritos do norte e Muko-Muko", explicou Eko.

O Centro de Controle, em Bengkulu, vive um ambiente de tranqüilidade. Mas a população está nervosa e teme as réplicas, que não param.

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"Não há nenhum problema na distribuição de ajuda. Tudo está transcorrendo com tranqüilidade", avaliou Hansyir Lair, secretário do Governo Provincial.

"Precisamos de milhares de cobertores e materiais para os campos de refugiados que estamos instalando. Depois serão necessários também materiais de construção para reparar as milhares de casas danificadas. Mas por enquanto a prioridade é garantir o atendimento às vítimas", acrescentou.

Na noite de quinta, um terremoto de 6,2 graus de magnitude, às 23h09 (13h09 de Brasília), 110 quilômetros a oeste de Bengkulu, despertou a população, fazendo as casas tremerem. Muitas pessoas foram para as ruas, temendo que as paredes desabassem.

O último tremor na região foi às 13h01 (3h01 de Brasília), 166 quilômetros a oeste de Bengkulu, com magnitude de 6,4 graus.

"Muita gente ainda está traumatizada e lembra perfeitamente o terremoto do ano 2000", comentou o funcionário Musiar Dakis. Ele acrescentou que "o maior medo é de um tsunami como o que destruiu o norte de Sumatra em 2004, mas por enquanto parece que não vai acontecer".

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O tremor de 8,9 graus no norte de Sumatra, em 26 de dezembro de 2004, formou um tsunami que matou 170 mil pessoas na Indonésia.

O diretor do Centro de Controle em Padang, Pak Sofyan, disse que a situação na província de Sumatra Ocidental está sob controle, com a distribuição de ajuda aos necessitados.

"Em Padang, a capital provincial, e na região de Kabupaten, há 455 casas danificadas. Mas começamos a receber remédios, comida e produtos de primeira necessidade. Estamos atendendo às pessoas afetadas", disse Sofyan.

Dara Johnston, chefe da equipe de avaliação das Nações Unidas, explicou que o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e o Unicef enviaram cinco caminhões com uma tonelada e meia de ajuda para o norte de Bengkulu.

"O PMA enviou alimentos, enquanto o Unicef forneceu bens de primeira necessidade, como kits de higiene, tendas, plásticos, materiais para cozinhar, recipientes para recolher água e pastilhas de purificação", explicou Johnston.

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"Não parece que seja uma crise humanitária grave. O Governo da Indonésia tem a situação sob controle, mas a ONU permanecerá aqui avaliando a situação e oferecendo o apoio necessário", concluiu.