Jornais de Teerã dizem nesta segunda-feira que deputados do Irã se aproximaram da aprovação de uma lei que proíbe a entrada de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a instalações nucleares do país.
"Na sessão aberta do Parlamento (no domingo), a lei para suspender a entrada de inspetores da AIEA foi recebida pela direção e entregue ao Comitê de Segurança Nacional e Política Exterior para análise", disse o jornal Jomhouri-ye Eslami.
O chefe do comitê, Allaeddin Boroujerdi, disse, segundo o jornal: "Se o Conselho de Segurança decidir privar a nação iraniana de seus direitos legais, vamos obrigar o governo a suspender todas as inspeções que estão acontecendo no momento".
A AIEA, um órgão da ONU, realiza agora apenas inspeções de rotina em instalações atômicas iranianas, pois o Irã não permite mais as visitas com pouco tempo de aviso prévio.
Apesar de os deputados conservadores, que dominam o Parlamento, manifestarem oposição a um acordo no impasse nuclear do Irã com o Ocidente, a política atômica é decidida pela liderança. A palavra final é do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Kofi Annan, ressaltou nesta segunda-feira a necessidade de se evitar um confronto com o Irã devido às ambições nucleares do país islâmico, um dia depois de Teerã afirmar estar determinada a negociar um fim ao seu impasse com o Ocidente, embora não tenha dado sinal de interesse em suspender o enriquecimento de urânio.
A visita de Annan aconteceu dias depois do final do prazo dado pelo Conselho de Segurança da ONU para o Irã suspender atividades nucleares, que os Estados Unidos afirmam ter como objetivo a produção de armas. Teerã diz que seu programa visa a produção de energia para uso civil.