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O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), Mohamed ElBaradei, disse que as negociações entre o Irã e as grandes potências serão retomadas na quarta-feira, após um dia de paralisação nesta terça-feira.

O diálogo, iniciado na segunda-feira, parou depois que a República Islâmica afirmou que não aceitaria restrições ao seu programa de enriquecimento de urânio, algo considerado pelas grandes potências como crucial para um eventual acordo. Teerã também se opôs à participação da França.

"Acredito que estamos fazendo progressos. Talvez seja mais lento do que eu esperava. Mas estamos avançando, e vamos nos encontrar amanhã às 10h (6h no horário de Brasília)", disse ElBaradei.

Ele afirmou que houve progressos nesta terça-feira nas consultas bilaterais envolvendo Irã, França, Rússia e Estados Unidos, e que um acordo continua sendo possível.

Segundo ele, há "muitas questões técnicas que precisamos analisar" e "naturalmente há uma questão de garantias para a construção de confiança."

ElBaradei falou a jornalistas após uma breve reunião a portas fechadas envolvendo todas as partes. Ele não respondeu a perguntas.

As negociações sob o comando dele representam a primeira chance de avançar em relação ao acordo preliminar alcançado na reunião de Genebra, em 1o de outubro, que marcou a retomada do diálogo entre o Irã e seis potências mundiais - Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia, China e Alemanha.

Esse processo pretende atenuar os temores ocidentais de que o Irã possa desenvolver armas nucleares, algo que Teerã nega.

No encontro de Genebra, ficou decidido que o Irã iria enviar urânio baixamente enriquecido para a França e a Rússia, onde haveria a produção de combustível nuclear para fins civis.

Mas na manhã desta terça-feira, o Irã repentinamente decidiu que não discutiria diretamente com a França, alegando que Paris havia renegado no passado contratos para o fornecimento de materiais nucleares.

Ainda é preciso haver consenso também sobre quanto urânio o Irã iria enviar ao exterior, e quando. As potências ocidentais pleiteiam que o material equivalha a 75 por cento do estoque declarado do país, e que parta até o fim do ano.

O Irã ainda não respondeu publicamente à proposta, e algumas fontes ocidentais temem que a República Islâmica esteja apenas tentando ganhar tempo.

O país já sofreu três rodadas de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) devido à sua recusa em desistir do enriquecimento de urânio, mas o negociador nuclear do país, Manouchehr Mottaki, reiterou na segunda-feira que o país não irá abrir mão desse processo, e que pode, inclusive, produzir urânio mais enriquecido - potencial combustível para armas atômicas, dependendo do grau de refino - caso as negociações de Viena fracassem.

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