O governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, reagiu nesta quinta-feira (1º) às manifestações da cúpula do G-8 (França, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos, Inglaterra, Canadá e Rússia) em favor das sanções contra o país por causa do desenvolvimento do programa nuclear. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ramin Mehmanparast, reiterou que o programa em curso no Irã é pacífico e apelou para que "certos países" reconheçam os direitos dos Estados independentes.

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As informações são da agência iraniana Irna. "Os programas nucleares da República Islâmica do Irã são totalmente pacíficos. Assumir uma escolha pelas sanções é uma ameaça cuja ineficiência se comprovou ao longo dos últimos 30 anos", disse Mehmanparast.

Na terça-feira (30) o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, defendeu uma ação coordenada estabelecendo as sanções contra o Irã pelas suspeitas de que há projetos para a fabricação de armas nucleares no país. Segundo ele, os iranianos precisam parar com o programa de enriquecimento de urânio e buscar o diálogo.

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Mehmanparast não citou diretamente o nome do primeiro-ministro canadense, mas a agência mencionou as críticas de Harper. Para o porta-voz, a pressão internacional contra o programa iraniano é uma violência contra os direitos dos Estados independentes. "Nossa recomendação para os vários países tem sido sempre para que abandonem tais métodos indevidos de sanções e pressão", disse o porta-voz. "[É necessário honrar e respeitar] os direitos de outros Estados independentes e incentivar a utilização pacífica do nuclear energia", afirmou ele.

As reuniões do G-8 encerradas nesta quarta-feira (31) no Canadá não contaram com o apoio da China, do Brasil e da Turquia. Os três países resistem à adoção de medidas de punição contra o Irã. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ainda há espaço para o diálogo.

Porém, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, demonstrou durante a reunião que a posição de seu país é irredutível em relação ao Irã. O assunto será tema de discussão do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas ainda este mês. Diplomatas afirmam que as sanções fixam punições na área econômica impondo uma espécie de bloqueio comercial aos iranianos.