Sem alardes, o governo da Noruega conseguiu a liberação da mulher do advogado Mohammad Mostafaei, defensor de Sakineh Asthiani, iraniana acusada de adultério e condenada à morte por apedrejamento. Segundo o advogado, o regime iraniano havia colocado sua mulher, Fereshteh Halimi, na solitária para pressioná-lo a se entregar. Há duas semanas, ela foi levada com dissidentes políticos à prisão iraniana de Evin.
Em Oslo, Mostafaei contou ontem que fugiu cruzando a cavalo a fronteira montanhosa entre o Irã e a Turquia. Detido pelo serviço de imigração turco, ele conseguiu asilo na Noruega. Na avaliação do advogado, a atuação discreta dos noruegueses garantiu sua segurança e, desde ontem, a liberação de sua mulher.
"O governo da Noruega tomou a decisão de me acolher sabendo que poderia afetar as relações com o Irã", afirmou o advogado, que diz ter livrado do corredor da morte 14 de 40 de seus clientes. Há uma semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou em comício com a candidata Dilma Rousseff que o Brasil poderia dar asilo a Sakineh. O governo brasileiro não formalizou a intenção e Teerã rejeitou a ideia.