Um operação militar dos Estados Unidos em Ishaqi, no Iraque, teria resultado na morte de 11 pessoas de uma mesma família, cinco crianças, dois homens e quatro mulheres, denunciaram nesta quarta-feira policiais e testemunhas oculares. As mortes teriam acontecido durante ação para captura de um militante da Al-Qaeda.
As Forças Armadas dos EUA confirmam a operação, que resultou na prisão do suposto integrante da rede terrorista, mas contestam o número de mortos. Segundo Tom Keefe, porta-voz americano, quatro pessoas teriam morrido no ataque: um homem, duas mulheres e uma criança.
- Os militares foram alvo de fogo inimigo ao se aproximarem da casa onde o combatente estrangeiro pertencente a rede Al-Qaeda se escondia - afirmou o major Tom Keefe, porta-voz das Forças Armadas. - As forças de coalizão responderam aos disparos usando ataques aéreos e terrestres. Um inimigo foi morto. Duas mulheres e uma criança também morreram no combate. O suposto membro da Al-Qaeda tinha sido capturado e estava sendo interrogado.
Segundo o major Ali Ahmed, da polícia de Ishaqi, as forças americanas desceram no telhado da casa no começo do dia e dispararam contra os 11 ocupantes do local, entre os quais cinco crianças.
- Depois de eles terem saído da casa, o local foi destruído.
O major Farouq Hussein, disse que todos os corpos apresentavam ferimentos na cabeça provocados por bala. Imagens da casa atacada mostravam que o local havia se transformado em um monte de destroços. Próximo dela, podiam ser vistos os restos incendiados de um caminhão.
A polícia iraquiana afirmou que os militares americanos requisitaram um encontro com líderes tribais da região.
Fotografias do funeral mostraram homens chorando enquanto as cinco crianças eram enroladas em cobertores e depois alinhadas perto de uma cova. A polícia da Província Salahaddin, coração da insurgência árabe sunita e região de onde veio o ex-ditador Saddam Hussein, criticou por várias vezes as táticas adotadas pelos militares americanos na área.
Em janeiro, um ataque aéreo dos EUA contra uma casa em Baiji, mais ao norte, matou vários membros de uma mesma família. Em dezembro, caças americanos jogaram duas bombas de 500 libras contra um vilarejo, também da região, matando dez pessoas. As Forças Armadas dos EUA disseram ter investido contra pessoas acusadas de plantar bombas ao lado de estradas.