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Cairo - A Irmandade Muçulmana egípcia decidiu neste sábado apresentar um segundo candidato ao pleito presidencial de maio, pelo temor de que a candidatura de seu "número dois", Khairat al Shater, seja rejeitada pela Comissão Eleitoral.

Um porta-voz do grupo, Ahmed Subaya, membro do braço político da Irmandade Muçulmana, o Partido Liberdade e Justiça (PLS), disse à Agência Efe que o candidato reserva será o presidente da legenda, Mohammed Mursi.

Subaya explicou que tomaram esta decisão devido as "várias interpretações que estão sendo dadas ao indulto que a Junta Militar concedeu a Khairat al Shater", cuja candidatura poderia ser rejeitada pelo fato dele ter sido preso no passado.

O porta-voz acrescentou que, apesar da Irmandade Muçulmana resolver essa medida, não anunciará oficialmente o candidato reserva até domingo (8). O objetivo é fazer o registro da documentação de Mursi como candidato até domingo, quando expira o prazo de inscrição.

Em princípio, a Irmandade Muçulmana tinha se comprometido a não aspirar à chefia de Estado, mas o grupo aprovou em uma votação apertada no último sábado o apoio a Shater.

Sua candidatura, no entanto, está em risco por ter sido condenado a sete anos de prisão em abril de 2008 por lavagem de dinheiro e pelo fato de pertencer a uma organização proibida, o que poderia inabilitá-lo a ocupar cargo público.

Após o triunfo da revolução que derrubou o regime de Hosni Mubarak, Shater, engenheiro de 62 anos, foi libertado.

A candidatura de Shater não é a única que está na berlinda. A do aspirante salafista, xeque Hazem Abu Ismail, também pode ser negada, porque a Comissão Eleitoral confirmou neste sábado que sua mãe obteve nacionalidade americana em 2006, conforme o site do jornal estatal "Al-Ahram".

A Comissão explicou em comunicado que recebeu relatório do Ministério das Relações Exteriores egípcio confirmando que a já falecida Naual Abdelaziz, mãe de Abu Ismail, alcançou a nacionalidade americana em 25 de outubro de 2006.

Pela Constituição, o presidente da República e seus pais não podem possuir outra nacionalidade além da egípcia. A Comissão não disse claramente se Abu Ismail está já fora da corrida presidencial.

Na quinta-feira, a Comissão informou que havia recebido um comunicado do Departamento de Estrangeiros e Passaportes que indicava que a mãe de Abu Ismail, Naual Abdelaziz, usou o passaporte americano em suas viagens aos EUA durante os anos 2008 e 2009.

No entanto, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Amr Rushdi, desmentiu na sexta-feira em comunicado que este departamento, ligado a sua pasta, tivesse fornecido esses dados.

Enquanto isso, outro dos candidatos, o ex-vice-presidente do Egito e "número dois" do regime de Hosni Mubarak, Omar Suleiman, foi neste sábado à sede da Comissão Eleitoral para retirar os documentos para registrar-se, embora não chegou a fazê-lo porque ainda está reunindo as assinaturas necessárias.

O diretor de imprensa da campanha eleitoral de Suleiman, Mohammed Mishaal, disse à Efe que Suleiman tem intenção de inscrever-se como candidato neste domingo.

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