Atualizado em 13/07/2006 às 20h05
Caças e destróieres israelenses destruíram nesta quinta-feira várias pontes e aldeias libanesas e danificaram as pistas de pouso e decolagem do aeroporto internacional de Beirute e outras bases aéreas no país, em represália ao seqüestro de dois soldados israelenses por parte do grupo terrorista Hezbollah. Na noite de quinta-feira , Israel bombardeou tanques de combustível no aeroporto.
Em outra frente da ofensiva, a Marinha israelense impôs um bloqueio naval ao Líbano. Do Mediterrâneo as embarcações disparam contra tanques de combustível no aeroporto de Beirute, fechando o segundo dia de ação militar no Líbano.
O tráfego aéreo no Líbano está totalmente paralisado. As comunicações via terrestre também estão sendo muito prejudicadas. O governo israelense afirma que as armas e as munições que abastecem o Hezbollah entram no Líbano pelo aeroporto internacional de Beirute e rodovias que legam a capital libanesa a algumas regiões da Síria.
Marcas de ataque do Hezbollah em Israel / Foto: EFEEm represália, o Hezbollah disparou vários foguetes contra aeroportos no Norte de Israel. Há informações de que dois foguetes Katyusha teria atingido a cidade de Haifa, a terceira maior do país vizinho. O movimento radical negou que tivesse alvejado a cidade portuária.
Um dirigente do grupo terrorista foi morto nos ataques. Ele estava no prédio da TV Al-Manar, que pertence à milícia libanesa.
O governo libanês convocou todos os embaixadores estrangeiros no país. O Líbano quer um esforço internacional - principalmente de EUA, França e ONU -para que Israel pare os ataques a alvos civis. No total 52 pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas nos ataques.Numa tentativa de se distanciar do conflito em seu próprio território, o governo do Líbano disse não ser responsável pelo Hezbollah. Não houve o registro de qualquer movimento de contra-ataque das forças oficiais de Beirute.
Aviões despejam bombas; navios fazem bloqueio
Além da infra-estrutura aeroportuária, Israel tem como principal alvo instalações e base do Hezbollah. Os navios do Estado judeu estão em águas territoriais libanesas e bloqueiam os acessos aos portos. A operação, afirmou o governo israelense, será prolongada.
- Desde esta manhã (horário local) navios israelenses forçam um completo fechamento naval do Líbano, porque os portos libaneses são usados para transferir terroristase e armas para organizações terroristas que operam no país - disse um porta-voz militar.
A aviação israelense atacou nesta quinta-feira uma base do Hezbollah em Haret Hreik, um subúrbio no sul de Beirute que abriga escritórios do grupo xiita, informaram testemunhas e uma fonte da segurança.
Ao amanhecer, helicópteros israelenses bombardearam localidades ao norte da cidade portuária de Tiro. Ao mesmo tempo, novos ataques atingiam a região de Nabatieh, no sul do país.
Pouco após o lançamento de foguetes Katyusha pela manhã, a aviação israelense atacou Harat Hreik, nos subúrbios do sul de Beirute. O bairro abriga a sede da televisão Al-Manar, que pertence ao Hezbollah, disse a rede libanesa LBC. Por enquanto não há informações sobre vítimas do ataque.
As instalações da Al-Manar foram danificadas, principalmente suas janelas. Mas a emissora do Hezbollah continua transmitindo normalmente.
Início da escalada violência
Na manhã de quarta-feira (horário local) oito soldados israelenses morreram no ataque do movimento radical xiita Hezbollah ao Norte de Israel. Além disso, o Exército confirmou que a milícia libanesa capturou dois de seus soldados perto da fronteira. Em resposta, forças do Estado judeu invadiram o Sul do Líbano em busca de seus militares.
O Hezbollah, que é liderado por Hassan Nasrallah, anunciou que deseja usar os militares capturados como moeda de troca por extremistas libaneses e palestinos detidos em Israel, e afirmou que o seqüestro de soldados é um "direito nacional".
- Esta operação vai libertar nossos detidos nas prisões israelenses. Estamos muito orgulhosos - disse Nabiha Baalbaki, que tem uma loja no Sul do Líbano e costuma assistir à emissora de TV do Hezbollah.
O governo da Síria, que é acusado juntamente com o Irã de financiar o Hezbollah, disse que Israel mereceu o ataque e que apóia a exigência do grupo armado de que as tropas do Estado judeu deixem as Fazendas de Shabaa.
O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, disse na quarta-feira que seu país considera o governo libanês diretamente responsável pelo destino de dois soldados israelenses que o grupo guerrilheiro Hezbollah capturou.
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, disse que o ataque na fronteira lançado pelo Hezbollah era um ato de guerra do Líbano. Ele prometeu uma "ampla e dolorosa" resposta militar.
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