Israel anunciou neste domingo (29) o nome dos 26 prisioneiros palestinos que serão libertados esta semana dentro de um acordo costurado pelos Estados Unidos para a retomada das negociações de paz na região. Todos os prisioneiros foram condenados pela morte de israelenses. A libertação, que deve ocorrer na segunda-feira, revoltou muitos israelenses.
Com a forte pressão do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, Israel e os palestinos retomaram as negociações de paz em julho. Como precondição, os palestinos tiveram de desistir da exigência para que Israel suspendesse a construção de assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Em troca, Israel concordou em libertar 104 prisioneiros palestinos. A libertação desta semana será a terceira de quatro fases.
O governo israelense informou que os crimes foram cometidos antes do início das conversações de paz, em 1993. Todos cumpriram penas que variaram de 19 a 28 anos.
Na Faixa de Gaza, a família de Rami Barbakh aguardava seu retorno. Barbakh ficou preso por quase 20 anos em Israel após ser condenado pelo assassinato de um israelense em 1994.
Os parentes das vítimas israelenses, porém, protestaram contra a libertação. Meir Indor, chefe da Almagor, uma associação de famílias que perderam entes em ataques de militantes, acusou o governo de vender as vítimas. "Talvez as famílias dos assassinos fiquem felizes, mas é um dia triste para as vítimas do terror em Israel", disse Indor. "É uma mensagem para os assassinos: você pode matar um judeu e ser solto. Você tem a proteção de Kerry."
O secretário de Estado norte-americano, que vem mediando as negociações, deve voltar à região esta semana para acalmar as tensões crescentes. Em resposta à libertação, Israel disse que aprovará formalmente a construção de 1.400 moradias na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
Os palestinos pediram que os EUA intervenham e interrompam as construções. Segundo os palestinos, a construção de assentamentos em terras que eles reivindicam para um futuro Estado é sinal de má-fé. Kerry e a União Europeia também criticaram a construção de assentamentos.
Também neste domingo, uma comissão de ministros israelenses aprovou um projeto de lei para a anexação de uma parte da Cisjordânia próxima à fronteira entre Jordânia e Israel. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que o país tem de estar presente nessa área como medida de segurança. Mesmo assim, o projeto de lei, apoiado por legisladores descontentes com as negociações de paz, não deve ser aprovado no parlamento. Fonte: Associated Press.