Israel deteve ou deportou na terça-feira centenas de ativistas que estavam a bordo de uma frota de navios que pretendia entregar ajuda humanitária na Faixa de Gaza, e enfrentava um pedido da ONU por investigações parciais sobre a abordagem militar que deixou nove mortos.
Enquanto diplomatas de Israel trabalham para conter os danos, a Marinha do país informou estar pronta para interceptar outro navio que estaria tentando se aproximar na terça ou na quarta-feira do litoral da Faixa de Gaza, região palestina que sofre um bloqueio israelense por ser governada pelo grupo islâmico Hamas.
O incidente ocorrido na madrugada de segunda-feira ainda desperta várias dúvidas: até quando Israel poderá manter o bloqueio contra os 1,5 milhão de habitantes de Gaza, mesmo sob a condenação de seus aliados; como foi tomada a decisão de colocar fuzileiros navais numa embarcação turca, onde se sentiram ameaçados e abriram fogo.
Os ativistas são mantidos incomunicáveis por Israel, mas alguns já foram deportados e começaram a espalhar seus relatos.
"Não colocamos qualquer resistência, nem se quiséssemos poderíamos. O que poderíamos ter feito contra os comandos que escalaram o convés?," disse Mihalis Grigoropoulos, que estava a bordo do navio Mavi Marmara, onde a maior parte da violência aconteceu.
"A única coisa que algumas pessoas tentaram fazer foi adiar o acesso deles à ponte, formando um escudo humano. Eles dispararam balas de plástico e ficamos desorientados por causa de dispositivos elétricos," disse o ativista à NET TV no aeroporto de Atenas.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, voltando do Canadá depois de cancelar uma reunião na terça-feira na Casa Branca com o presidente dos EUA, Barack Obama, pretende reunir seu gabinete assim que chegar a Jerusalém, segundo funcionários que o acompanham.
Obama, que havia conseguido recentemente iniciar um processo indireto de negociações entre palestinos e israelenses, lamentou a perda de vidas e disse esperar uma rápida apuração dos fatos.
A Turquia, origem da frota e de muitos dos ativistas a bordo, acusou Israel de praticar "terrorismo" em águas internacionais.
Após mais de dez horas de negociações a portas fechadas, sobre as quais surgiram interpretações conflitantes, o Conselho de Segurança da ONU exigiu uma "investigação imediata, imparcial, crível e transparente, em conformidade com os padrões internacionais."
O Conselho também condenou "esses atos que resultaram na perda de pelo menos dez civis e em muitos feridos." Israel inicialmente informou que havia dez mortos.
O uso do termo "atos," em vez de "ato," como prefere a Turquia, sugere que os ativistas teriam atacado os militares que abordavam as embarcações, e como tal teriam tido parte da responsabilidade.
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