Israel informou que não pretende negociar com o Hezbollah por intermédio de terceiros para libertar seus dois soldados seqüestrados, disse um enviado da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta sexta-feira, ao Conselho de Segurança.
- Os (soldados) cativos devem ser incondicionalmente libertados e que, dessa vez, Israel não está preparado para negociar com o Hezbollah por intermédio de terceiros, o que no passado levou a trocas de prisioneiros - disse o enviado israelense Vijay Nambiar.
Em janeiro de 2004, com mediação alemã, Israel libertou centenas de prisioneiros árabes em troca de um empresário israelense seqüestrado pelo Hizbollah e dos cadáveres de três militares de Israel que estavam em poder do grupo desde 2000.
Nambiar, que chefiou o trio enviado na semana passada pelo secretário-geral Kofi Annan à região, disse estar claro, a julgar pelas conversas com autoridades israelenses e libanesas, que há graves obstáculos a um cessar-fogo formal em breve.
Segundo ele, um pacote político que permitisse uma trégua duradoura teria de incluir o fim da ameaça do Hezbollah contra Israel e o pleno respeito de todos os partidos libaneses e países vizinhos à soberania do Líbano.
Nambiar e seus colegas Álvaro de Soto e Terje Roed-Larsen deram informações à secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, antes de discursar ao Conselho.
O embaixador israelense na ONU, Dan Gillerman, disse ao Conselho de Segurança que seu governo vai facilitar a entrega de ajuda humanitária a refugiados no Líbano.
- Apesar da situação muito difícil no terreno, Israel está ciente da situação humanitária - afirmou. - Acabo de receber a confirmação oficial de Israel de que foi estabelecido um corredor humanitário de duas vias, para entrada e saída, a fim de atender às necessidades dos afetados no lado libanês.
O coordenador de Emergências da ONU, Jan Egeland, disse ter pedido formalmente na véspera aos governos libanês e israelense que garantissem a segurança de rotas de acesso por terra, mar e ar.
Ele afirmou ao Conselho que mais de 500 mil pessoas, mais de um terço das quais crianças, foram atingidas pela guerra.
Mais de 100 mil libaneses agora estão na Síria, e a maioria precisa de assistência, afirmou Egeland, acrescentando que viajaria ao Líbano ainda na sexta-feira para avaliar a situação.
De volta a Washington depois da reunião com os enviados da ONU em Nova York, Rice disse que vai ao Oriente Médio no domingo, mas rejeitou a crescente pressão por um cessar-fogo imediato, pois isso, segundo ela, "não faz sentido sem as condições políticas".
Ela apoiou uma recomendação de Annan para o envio de uma força multilateral ampliada ao sul do Líbano para ajudar o governo local a controlar a região, hoje dominada pelos guerrilheiros xiitas.
Rice disse que Washington não pretende contribuir com tropas para a missão. A ONU mantém um pequeno contingente na região desde 1978, que foi incapaz de evitar a violência.
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