Em uma suave colina da Toscana, perto desta cidade a leste de Florença, fica um castelo medieval que já serviu de refúgio para famílias nobres que haviam conspirado contra o reinado dos Médici durante o Renascimento.
Durante séculos, os descendentes dos nobres e os camponeses que lhes serviam viveram abrigados pelas muralhas da fortaleza ou em casas no campo ao redor e assistiram à missa em uma igreja de pedra cor-de-rosa.
Hoje a propriedade está deserta e à venda castelo, igreja e o resto. Não é uma venda excepcional. Os castelos e as mansões históricas da Itália são tradicionais legados de família, mas hoje dezenas deles estão à venda, mesmo o país sendo um dos mercados imobiliários mais conservadores da Europa. Nos últimos anos, a antiga riqueza familiar herdada murchou na Itália devido a uma poderosa combinação de fatores. Eles incluem os crescentes custos de vida e serviços, as finanças abaladas dos proprietários em uma época de crise econômica prolongada, cortes nos subsídios do governo para manutenção de prédios históricos e, principalmente, o aumento dos impostos sobre propriedades.
"O mercado italiano de imóveis é histórico as mansões passam de geração em geração", disse Dimitri Corti, executivo-chefe da Lionard, empresa imobiliária sediada em Florença cujo portfólio inclui cerca de 70 castelos no centro e no norte da Itália. "Não é necessariamente verdade que o proprietário é um milionário, como se pensa em países como os EUA ou o Reino Unido", acrescentou. "Alguns deles estão precisando de liquidez."
Além disso, os que têm dinheiro para comprar muitas vezes não são italianos, circunstância preocupante para algumas pessoas daqui, que lamentam a perda do patrimônio histórico e familiar para uma elite global que enriqueceu recentemente. A maior parte dos vendedores da Lionard é italiana, enquanto a maioria dos compradores é estrangeira. Eles procuram principalmente villas ou mansões na Toscana e estão dispostos a gastar em média 6 ou 7 milhões de euros.
Em 2011, enquanto a crise financeira se aprofundava e o governo era pressionado para equilibrar as contas, o premiê Mario Monti aumentou os impostos territoriais e iniciou uma revisão da avaliação das residências nos cartórios.
Sobre os edifícios históricos, cujos proprietários costumavam pagar pouco em compensação pelos altos custos da manutenção de construções seculares, os impostos aumentaram 20 ou 30 vezes, dependendo da localização da propriedade. Em algumas, os impostos subiram de 3.000 euros em 2011 para 75 mil em 2013.
Compradores, atenção: possuir uma propriedade nobre na Itália custa caro, mesmo para magnatas. Os novos proprietários enfrentam uma burocracia dispendiosa para fazer até uma pequena modificação como instalar ar-condicionado.
E, sob a lei italiana, o dono de um prédio histórico é seu guardião, sendo obrigado a mantê-lo e em certos casos autorizar seu uso pelo público.
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