O governo do Japão ordenou a evacuação de uma área de 20 quilômetros no entorno da usina nuclear de Daiichi, em Fukushima proibindo a entrada de pessoas e pedindo que os residentes obedeçam à ordem para sua própria segurança. Quem não cumprir a determinação poderá enfrentar multas ou uma detenção.
Uma lei nuclear emergencial especial determinou que quem entrar na zona proibida estará sujeito a multas de até 100 mil ienes (US$ 1,2 mil) ou possivelmente uma detenção de até 30 dias. Até agora, os desafios à ordem de evacuação não eram passíveis de punição por lei.
A determinação, que terá efeito a partir da meia-noite desta quinta-feira (horário local), deixou os moradores da região enfurecidos. Muitos fugiram de suas casas sem levar nada quando foram ordenados a deixar a área logo depois do terremoto seguido de tsunami que atingiu o país em 11 de março e provocou danos na usina nuclear.
"Inicialmente eu pensei que nós poderíamos voltar em alguns dias. Portanto eu não trouxe nada além de um cartão de banco", contou Kazuko Suzuki, de Futaba, que fica ao lado de Daiichi. "Minha paciência acabou. Eu só quero voltar para casa", disse.
Autoridades afirmaram que a determinação tem como objetivo limitar a exposição ao vazamento de radiação da usina e evitar roubos na área mais deserta. "Nós pedimos a compreensão dos residentes. Nós realmente não queremos que os moradores entrem nessas áreas", declarou o secretário-chefe do gabinete de governo japonês, Yukio Edano. "Nós sabemos que isso é extremamente inconveniente para os moradores, mas nós pedimos que vocês sejam pacientes", disse.
Segundo as autoridades, a nova lei não se deve a alguma mudança particular nas condições dentro da usina, que aparentemente se estabilizaram. No entanto, mesmo no cenário mais otimista, vai demorar ao menos seis meses para que os reatores da usina voltem a funcionar normalmente.
Edano afirmou que as autoridades vão organizar visitas breves dos moradores às suas casas, permitindo que uma pessoa por cada família volte de ônibus por no máximo duas horas para coletar pertences necessários. Nenhuma visita, porém, poderá ser feita em um raio de três quilômetros em volta da usina, informou Hidehiko Nishiyama, da Agência de Segurança Nuclear e Industrial do Japão.
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