Equipes de resgate trabalham na cidade de Otsuchi, no Japão| Foto: REUTERS/Damir Sagolj

Interatividade

Tem familiares no Japão ou está no país? Deixe seu relato no formulário no fim da página. Você também pode mandar depoimentos e fotos por e-mail - clique aqui

CARREGANDO :)

Governo tem linha para informação de parentes no Japão

O Núcleo de Atendimento a Brasileiros (NAB), que está em contato com a rede consular no Japão, colocou linhas de atendimento à disposição do público: (61) 3411-6752/6753/8804, das 8h às 20h, e (61) 3411-6456, das 20h às 8h e nos finais de semana. Consultas poderão também ser dirigidas ao endereço eletrônico dac@itamaraty.gov.br.

Saiba mais

Publicidade

Informações

Na página do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio há telefones de contatos disponibilizados para os brasileiros buscarem informações sobre parentes no Japão.

Uma ferramenta do Google ajuda na troca de informações sobre familiares que não conseguem comunicação com pessoas que estão no Japão. No Person Finder, qualquer pessoa pode dar e pedir informações sobre o estado de saúde e localidade de uma possível vítima da tragédia. O site, em inglês e japonês, é colaborativo e possui uma base de dados que procura nomes dos moradores.

O Japão enfrenta nesta terça-feira (15) a possibilidade de uma catástrofe, após a explosão de uma usina nuclear que havia sido atingida por um terremoto e agora liberou uma nuvem de baixa radiação que segue na direção de Tóquio. Algumas pessoas já fugiram da capital, e outras estão estocando mantimentos.

O primeiro-ministro Naoto Kan pediu que as pessoas não saiam de casa num raio de 30 quilômetros em torno da usina - área onde vivem 140 mil moradores. Essa é a mais grave crise nuclear no planeta desde o acidente na usina de Chernobil, na Ucrânia, em 1986.

Cerca de oito horas após as explosões, a Organização Meteorológica Mundial disse que os ventos estavam dispersando o material radiativo sobre o oceano Pacífico, longe do Japão e de outros países asiáticos. Mas a agência meteorológica da ONU acrescentou que as condições meteorológicas podem mudar.

Publicidade

O acidente nuclear - causado por um terremoto e por um subsequente tsunami, na sexta-feira - agrava as preocupações com o impacto econômico das sucessivas tragédias. As ações de empresas japonesas chegaram a cair até 14 por cento, mas fecharam a terça-feira em baixa de 9,5 por cento.

Na véspera, a queda já havia sido de 7,5 por cento, e os dois dias de quedas representam a retirada de 620 bilhões de dólares do mercado.

Os níveis de radiação na cidade de Maebashi, 100 quilômetros a norte de Tóquio, e na província de Chiba, perto da cidade, são até dez vezes superiores aos níveis normais, segundo a agência de notícias Kyodo.

Na capital são registrados apenas níveis mínimos, que segundo as autoridades municipais até agora "não são um problema".

Em um sombrio pronunciamento à nação, Kan disse que "a possibilidade de vazamento radioativo ainda está aumentando". "Estamos fazendo todos os esforços para evitar que o vazamento se propague. Sei que as pessoas estão muito preocupadas, mas eu gostaria de pedir que ajam com calma."

Publicidade

Dois reatores da usina Fukushima Daiichi registraram explosões na terça-feira, após vários dias de esforços frenéticos para resfriá-los. A agência Kyodo disse que a piscina de resfriamento de combustível nuclear no reator número 4 pode estar fervendo, o que sugere que a crise está longe de terminar na central nuclear, que fica 240 quilômetros ao norte de Tóquio.

Níveis de 400 milisieverts por hora foram registrados perto do reator número 4, segundo o governo. A exposição a mais de 100 milisieverts por ano já pode levar ao câncer, segundo a Associação Nuclear Mundial. O governo disse mais tarde que os níveis de radiação em torno do complexo tinham despencado.

A empresa que opera a usina retirou 750 trabalhadores do local, restando apenas 50, e o sobrevoo de aeronaves foi proibido num raio de 30 quilômetros em torno da usina.

"O material radioativo chegará a Tóquio, mas não é prejudicial ao corpo humano, porque ele será dissipado no momento em que chegar a Tóquio", disse Koji Yamazaki, professor de ciências ambientais na Universidade de Hokkaido.

"Se o vento ficar mais forte, isso significa que o material voará mais rápido, mas será ainda mais dispersado no ar."

Publicidade

Apesar dos pedidos de calma, os moradores correram para se abastecer no comércio de Tóquio. A Dom Quixote, loja de departamentos que funciona 24 horas por dia, no bairro de Roppongi, esgotou seu estoque de rádios, lanternas, velas e sacos de dormir.

Num sinal de receio com a radiação, a China disse que vai retirar seus cidadãos das áreas mais afetadas, mas que não detectou nenhum nível anormal de radiação em seu território. A Air China decidiu cancelar voos para Tóquio.

Várias embaixadas aconselharam seus funcionários e cidadãos a abandonarem as zonas afetadas. Turistas abreviaram suas férias, e empresas multinacionais orientaram seu pessoal a partir, ou cogitam se transferir para fora de Tóquio.