A polícia encontrou novos rastros com o mesmo cheiro de cadáver que o detectado no apartamento usado pelo casal McCann no Algarve e está perto de reconstruir o trajeto do corpo de Madeleine, informa nesta quinta-feira (9) o "Jornal de Notícias", de Portugal. Os cães farejadores rastrearam durante a tarde de quarta-feira (8) vários objetos pertencentes aos McCann, ao britânico Robert Murat, único suspeito formal do caso, e a amigos e parentes dele, acrescenta o diário.
Além disso, a polícia aguarda os resultados das análises da amostra de sangue achada no apartamento. Ela está sendo analisada em Birmingham, no Reino Unido. Os testes vão determinar se a pista pode levar até o corpo da menina, desaparecida desde 3 de maio.
As autoridades continuam a investigação e convocaram o casal McCann para depor. A polícia queria esclarecimentos sobre as últimas horas antes de a menina de 4 anos desaparecer do apartamento na Praia da Luz onde a família passava férias.
Gerry e Kate McCann passaram cerca de uma hora numa delegacia, onde, segundo o jornal "Correio da Manhã", foram interrogados separadamente. Os policiais tentam reconstituir as três horas que passaram desde que alguém fora da família viu pela última vez a menina até o momento em que os pais denunciaram o seu desaparecimento.
Reunião informal
No entanto, o novo porta-voz do casal, David Hughes, disse ao "Jornal de Notícias" que não houve um depoimento, e sim a habitual reunião informal entre os McCann e a Polícia Judiciária. O encontro normalmente acontece às quintas-feiras, no consulado britânico. Hughes disse que Kate e Gerry foram informados do estado das investigações. Eles saíram da delegacia com "a certeza de que não são considerados suspeitos", e por isso estão "felizes e bastante tranqüilos".
Para tentar saber aonde o corpo de Madeleine pode ter sido levado caso tenha sido jogado no mar, a polícia entrou em contato com um especialista em correntes marítimas da Universidade do Algarve. Ele foi ao local onde investigadores acreditam que isso possa ter ocorrido.
O "Diário de Notícias" informou na quarta-feira que a polícia considera ter provas quase definitivas de que Madeleine morreu na noite em que foi dada por desaparecida. O jornal cita o cheiro de cadáver e os vestígios de sangue achados no apartamento, além de telefonemas e e-mails dos McCann. No entanto, uma fonte policial, citada pelo "Correio da Manhã", garante que não há escutas telefônicas nem registro de e-mails trocados entre os McCann e amigos e parentes.
No próximo sábado (11), o desaparecimento da menina completa 100 dias. Os seus pais deverão organizar diversos atos em Portugal e no Reino Unido, com missas e distribuição de cartazes com a imagem de Madeleine. A menina desapareceu quando dormia com seus dois irmãos mais novos, enquanto seus pais jantavam com amigos num restaurante próximo.
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