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Crise árabe

Kadafi ataca porto e avança

Tropas do ditador líbio bombardeiam áreas dominadas por rebeldes, que denunciam que alvos civis foram mais uma vez atingidos

Estudantes fazem protesto em apoio ao ditador Muamar Kadafi, que ontem ordenou que suas tropas bombardeassem áreas dominadas pelos rebeldes | Chris Helgren/Reuters
Estudantes fazem protesto em apoio ao ditador Muamar Kadafi, que ontem ordenou que suas tropas bombardeassem áreas dominadas pelos rebeldes (Foto: Chris Helgren/Reuters)

Tropas leais ao governante da Líbia, Muamar Kadafi, bombardearam ontem o porto de Ajdabiya, no leste do país, ao mesmo tempo que no oeste da Líbia atacaram a cidade de Zwara, 110 quilômetros ao oeste de Tripoli e perto da fronteira com a Tunísia. Já na cidade de Brega, que o governo afirmou ter retomado no domingo, a situação parece menos clara. Cerca de 2 mil combatentes da insurgência, em grande parte soldados amotinados, mantinham sob controle a área residencial da cidade, enquanto as forças de Kadafi controlam o terminal petrolífero, disse um porta-voz dos insurgentes, Abdul-Bari Zwei. Os aviões de Kadafi bombardearam pelo menos três alvos em Ajdabiya ontem.

Said Ali Bouhilfaya, um engenheiro em Ajdabiya, disse que ocorreram mais bombardeios contra a cidade no começo da noite de ontem. "É uma guerra de aniquilação. Kadafi quer ficar no poder de qualquer jeito, mesmo que governe cemitérios", afirmou. A cidade de Zwara, no oeste, tem 45 mil habitantes e foi completamente cercada por forças leais a Kadafi. Segundo moradores, o bombardeio começou na manhã e se estendeu por várias horas.

Grã-Bretanha e França insistiram ontem na urgência da imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia, para impedir que a aviação de Kadafi continue a bombardear os insurgentes. Segundo a França é urgente agir contra a "barbárie" das forças de Kadafi.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse ao Parlamento em Londres que o tempo é curto para agir. "Todos os dias Kadafi brutaliza o seu próprio povo". Cameron defendeu a criação da zona de exclusão aérea. "Ninguém está falando sobre invasão ou enviar navios de guerra", disse. O secretário do Exterior britânico, William Hague, disse que os líbios sofrerão um "pesadelo" se Kadafi retomar o controle total do país. Outros países, como os Estados Unidos e a Rússia, são mais cautelosos.

O general Abdel Fatah Yunis, que se demitiu do posto de ministro do Interior de Kadafi pouco após o início da rebelião, no meio de fevereiro, afirmou a repórteres em Benghazi que Ajdabiya, 170 quilômetros a oeste, é "uma cidade vital". "Está na rota para o leste, para Benghazi e Tobruk e também para o sul. A defesa de Ajdabiya é muito importante... nós vamos defendê-la", afirmou ele, no fim do domingo.

Um porta-voz do Exército líbio, coronel Milad Hussein, disse a repórteres em Trípoli que suas forças estavam "marchando para limpar o país" dos insurgentes, qualificados por ele como "ratos e terroristas".

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