Ditador afirma que Sarkozy "ficou louco"
Berlim - Meu "bom amigo", o presidente francês Nicolas Sarkozy, "ficou louco", disse o governante líbio Muamar Kadafi, em uma entrevista ontem a uma emissora alemã.
"Ele é meu amigo, mas acho que ele ficou louco. Ele está sofrendo de uma doença psicológica", disse Kadafi à rede RTL, segundo trechos da entrevista publicados na Alemanha. "Isso é o que dizem as pessoas que estão próximas dele. Seus auxiliares dizem que ele está sofrendo de uma doença psicológica."
Ataques
A França recentemente pediu que sejam realizados ataques aéreos contra as forças de Kadafi e atuou para reconhecer a oposição como a única representante legítima do povo líbio.
Kadafi descreveu os distúrbios no país como um "evento menor" que logo se encerrará. Ele estimou os mortos em "apenas 150 ou 200... e metade deles era das forças de segurança".
O ditador também disse que não confia mais no Ocidente, exceto na Alemanha. "Nós não acreditamos nos embaixadores deles mais, eles conspiraram contra nós. Nós não confiamos em suas firmas", afirmou.
"Nós vamos investir na Rússia, Índia e China agora. É lá que nosso dinheiro será investido. Contratos de petróleo irão agora para companhias russas, chinesas e indianas", garantiu, rechaçando fazer negócios com as potências ocidentais.
Agência Estado
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Tropas leais ao governante Muamar Kadafi tomaram uma cidade estrategicamente importante, Ajdabiya, no nordeste da Líbia, abrindo caminho para um ataque direto à capital dos rebeldes, Benghazi, a segunda maior cidade do país.
Centenas de carros civis cheios de rebeldes e moradores seguiam pela rodovia para deixar Ajdabiya, após aviões bombardearem o centro da cidade e matarem dezenas de pessoas, segundo testemunhas.
As fontes disseram que as tropas leais a Kadafi, vestidas em roupas civis, conseguiram vantagem sobre as forças rebeldes ao atacar a cidade a partir do sul e do sudoeste.
A vitória das forças de Kadafi é um grande revés para os oposicionistas que encabeçam um levante de quatro semanas contra o regime. O governo provisório dos rebeldes poderia ser derrotado, caso as forças oficiais consigam usar seu poder aéreo contra os rebeldes que defendem Benghazi.
Os insurgentes dizem agora que estão se fortalecendo próximos a Ajdabiya para enfrentar o avanço das tropas leais ao ditador. O porta-voz dos rebeldes, Ahmed al-Zwei, disse ontem que uma batalha entre os dois lados ocorre a 80 quilômetros entre a cidade e o terminal de petróleo de Brega.
As forças de Kadafi avançaram nos últimos dias em direção ao leste com o objetivo de retomar cidades dominadas pelos rebeldes.
Enquanto os insurgentes enfrentam dificuldades pela falta de armas e munição, as tropas do governo atacam com artilharia pesada, o uso de tanques e aviões. Por isso, correm o risco de serem empurrados pelo leste de volta a Benghazi.
Os rebeldes e as forças do ditador líbio ainda travaram batalhas ontem pelo controle da cidade petroleira de Brega, a leste do país. Os confrontos estão cada vez mais próximos de um dos fortes dominados pelos rebeldes, a cidade de Benghazi.
Aviões de guerra atacaram forças rebeldes em Ajdabiyah, a 75 quilômetros de Brega pela rodovia costeira. Esta cidade é mais populosa que petroleira e, portanto, pode oferecer mais resistência às tropas do governo. Um dos aviões atiraram duas pedras, disseram os insurgentes.
A oeste
As tropas de Kadafi também retomaram o domínio sobre a cidade de Zuwarah, admitem os rebeldes. Esse era o último reduto tomado por rebeldes a oeste de Trípoli, a capital do país.
A vitória das tropas de Kadafi em Zuwarah ocorreu ontem. O domínio do governo se estende pela costa oeste do país até a fronteira com a Tunísia. Enquanto as forças do ditador comemoravam a vitória, os rebeldes prometeram que iriam se reorganizar e contra-atacar.
Os rebeldes informaram que as tropas do governo retomaram a cidade depois de um ataque com artilharia pesada e tanques de guerra. Mas, apesar da perda do território, alguns confrontos nas ruas ainda estavam em curso ao longo do dia de ontem.
Zuwarah tinha sido uma das primeiras cidades tomadas pelos rebeldes líbios contra o regime de Kadafi.
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