O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, viajará em breve ao convulso país, anunciou nesta sexta-feira o seu porta-voz, Ahmad Fawzi.
Em entrevista coletiva em Genebra, Fawzi declarou que "podemos esperar uma visita (de Annan) em breve. O enviado especial conjunto está considerando um convite para visitar a Síria, mas não ainda não foram fixadas datas definitivas".
Algumas fontes apontaram nas últimas horas que a visita poderia acontecer nesta própria sexta-feira, mas Fawzi indicou que a ONU "não anuncia visitas a locais perigosos por questões de segurança, nem informa sobre planos de viagem de nosso pessoal".
O escritório de Annan está "em contato constante com o governo sírio em diversos níveis, tanto através da Missão da ONU para a Síria (UNSMIS), como através de nossa equipe em Genebra", explicou Fawzi, que indicou que também "é possível" que o diplomata ganês "viaje a outros países da região".
Fawzi compareceu perante a imprensa horas depois que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou que a Al-Qaeda "deve estar" por trás dos atentados suicidas que no último dia 10 custaram a vida de 50 pessoas em Damasco.
"De maneira muito alarmante e surpreendente, há poucos dias, houve um enorme e grave ataque terrorista. Acho que a Al Qaeda deve estar por trás disso. Isto causou outra vez problemas muito sérios", declarou o secretário-geral em Nova York.
Fawzi não foi tão claro e se referiu a "um terceiro elemento que apareceu no terreno na Síria, que é preocupante", acrescentando que "ainda não confirmamos quem está por trás desse terceiro elemento".
"Estamos falando de atividades, incidentes e explosões que parecem vir de fontes diferentes da oposição ou do governo. Isto é algo que ainda tem que ser verificado e temos que ter muito cuidado", continuou o porta-voz de Annan.
Sobre a presença dos observadores militares e civis da UNSMIS, assegurou que "talvez hoje mesmo se chegue ao número de 270", de modo que o mais provável é que se desdobre a totalidade de 300 soldados "em tempo recorde".
O porta-voz de Annan evitou avaliar a situação atual no terreno: "Não é questão de estar contentes ou satisfeitos, mas de tentar realizar nossa operação de uma maneira perseverante e séria".
"(O chefe da UNSMIS, o general norueguês Robert) Mood disse várias vezes que a presença dos observadores habitualmente acalma a situação, mas disse também que só as partes podem deter a violência", respondeu quando questionado sobre o impacto da missão.
Fawzi reiterou sua chamada à unidade como fiador de um eventual êxito do plano de paz de Annan para a Síria e considerou que a unidade do Conselho de Segurança da ONU a esse respeito "é o que garantiu até agora qualquer tipo de movimento, por menor que seja, na aplicação do plano".
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