O primeiro-ministro Junichiro Koizumi em mensagem pela 60º aniversário da derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial pediu desculpas pelo sofrimento causado na Ásia pela agressão militar japonesa e prometeu que Tóquio nunca mais vai participar de uma guerra.
- No 60º aniversário do fim da guerra, afirmo que a paz e a prosperidade com que somos abençoados hoje foram construídas com os sacrifícios de muitos que perderam suas vidas na guerra contra suas vontades. Renovo minha determinação de que o Japão nunca mais vai seguir o caminho da guerra - afirmou Koizumi.
O premier reconheceu que o Japão causou um grande dano e sofrimento aos países asiáticos devido à opressão colonial que lhes impôs nos anos anteriores à guerra mundial e durante o conflito. O premier também pediu perdão pela agressão militar protagonizada nos anos 30 e 40 do século 20 pelas tropas japonesas, que levou a invadir a China, a península coreana e a maior parte do Sudeste Asiático.
- O Japão causou imensos danos e sofrimentos a muitos países, especialmente ao povo da Ásia, com sua colonização e agressão. Humildemente aceitamos este fato da História, e novamente expressamos nosso profundo arrependimento e sinceras desculpas e oferecemos nossas condolências às vítimas da guerra no país e no exterior - disse Koizumi, acrescentando que quer construir relações de confiança com as nações asiáticas.
Há 60 anos, o então imperador japonês, Hirohito, anunciou em um discurso radiofônico o fim da guerra com a rendição incondicional do Japão. Nesse histórico discurso, emitido ao meio-dia do dia 15 de agosto de 1945, Hirohito também negou sua divindade, condição que era atribuída aos imperadores japoneses.
Países como a China e a Coréia do Sul acusaram em diversas ocasiões os líderes políticos de não terem pedido desculpas com clareza pelos fatos cometidos pelo império japonês naqueles tempos. Pequim e Seul também criticam Tóquio por confundir a dolorosa história comum e ocultar os erros e brutalidades cometidas por seus exércitos na Ásia. Mas hoje Koizumi expressou sem ambigüidade o sentimento de culpa do Japão pelo acontecido no passado.
Koizumi e os atuais imperadores do Japão, Akihito e Michiko, participaram, junto a outras 7.500 pessoas, da cerimônia em homenagem às vítimas da Segunda Guerra Mundial, no estádio de Budokan, em Tóquio, próximo ao polêmico templo de Yasukuni. Neste santuário se honra a memória de 2,5 milhões de japoneses mortos em combate desde 1853, entre eles 14 criminosos de guerra executados pela administração ocupante no fim da Segunda Guerrra Mundial. Koizumi, que visitou esse templo em várias ocasiões e provocou com tais ações a ira da China e da Coréia do Sul, nesta ocasião não compareceu ao recinto sagrado.Tanto Koizumi como imperador Akihito e a imperatriz Michiko fizeram no Budokan uma homenagem aos 2,3 milhões de soldados japoneses e 800 mil civis deste país mortos na Segunda Guerra Mundial e ofertaram crisântemos brancos, a flor funerária por excelência.
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