Centenas de moradores de um bairro a beira-mar de Monróvia, capital da Libéria, entraram em confronto com forças de segurança nesta quarta-feira para protestar contra o bloqueio armado da península onde está instalada a comunidade. A decisão de isolar o bairro é parte dos desesperados esforços do governo para impedir a disseminação do vírus do ebola.
As manifestações tiveram início no período da manhã, quando as vias que levam a West Point foram bloqueadas pela polícia e tropas do Exército e um barco da guarda costeira começou a patrulhar a costa da península.
Quando uma representante do governo local, que não havia dormido em casa, foi a West Point para retirar sua família, centenas de pessoas cercaram sua casa. Militares e policiais conseguiram colocar a funcionária e seus familiares dentro de um carro e saíram em disparada. Forças de segurança dispararam para o ar para dispersar a multidão e moradores jogaram pedras e outros objetos contra eles. Pelo menos uma pessoa ficou ferida.
O vice-chefe de polícia Abraham Kromah declarou mais tarde que as forças de segurança haviam conseguido restaurar a ordem na região. Ele disse que a polícia investiga se disparos foram feitos no local.
Nesta quarta-feira, policiais e soldados montaram barreiras com madeira e arame farpado para evitar que pessoas entrassem ou saíssem de West Point, bairro que ocupa a península de um quilômetro de extensão que fica onde o rio Mesurado se encontra com o oceano Atlântico. Pelo menos 50 mil pessoas vivem em West Point, um dos mais pobres e densamente povoados bairros da capital.
Embora condados inteiros e bairros em Serra Leoa e na Libéria tenham sido isolados e limitações para viagens internas tenham limitado a movimentação de pessoas na Guiné, o bloqueio a West Point marca a primeira vez que tais restrições são estabelecidas numa capital.
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