A Líbia pediu na segunda-feira ao presidente dos EUA, George W. Bush, que se mantenha afastado do caso dos seis profissionais estrangeiros sentenciados à morte por contaminar crianças do país com o vírus HIV, permitindo que Trípoli resolva o assunto com a União Européia.
"Esperamos que Bush e outros nos deixem continuar as negociações com as partes envolvidas de modo a encontrar uma solução para esta crise", disse o vice-chanceler Abdelati Labidi a jornalistas.
De passagem pela Bulgária, onde encerra uma série viagens pela Europa, Bush disse que obter a libertação das cinco enfermeiras búlgaras -condenadas juntas com um médico palestino- é prioridade para os EUA.
No mesmo dia, a comissária européia de Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, e o ministro alemão de Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, deixaram Trípoli sem comentar as reuniões que mantiveram sobre o assunto com autoridades locais, que por sua vez afirmaram temer que uma intervenção de Bush prejudique as negociações com a UE.
No domingo, Saif Al Islam, filho do líder líbio Muammar Khadaffi, elogiou os esforços da UE para encerrar o caso, que atrapalha o empenho de Trípoli em normalizar suas relações com o Ocidente.
"O resultado será bom. Esperamos que isso seja o começo do fim deste problema", disse Islam, participante habitual nas conversas entre representantes da UE e as famílias das crianças contaminadas.
Os seis profissionais foram condenados em dezembro sob a acusação de contaminar deliberadamente 426 crianças com o vírus da Aids. Eles se dizem inocentes e afirmam ter confessado sob tortura.
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