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Aiatolá Ali Khamenei (esquerda) afirmou que bomba atômica é "anti-islâmica" | Reuters
Aiatolá Ali Khamenei (esquerda) afirmou que bomba atômica é "anti-islâmica"| Foto: Reuters
  • Líder religioso em visita a navio de guerra iraniano

A resposta ao relatório vazado nesta quinta-feira (18)da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que reforça suspeitas de que o Irã está buscando armas nucleares, veio do número 1 da República Islâmica. O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta sexta-feira que "as acusações do Ocidente não têm fundamento", pois o Islã proíbe "o uso desse tipo de armamento".

O anúncio foi feito no deque do primeiro destroier de fabricação iraniana capaz de lançar mísseis teleguiados. Khamenei está hierarquicamente acima do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e tem a palavra final sobre assuntos de segurança nacional. "Não acreditamos na bomba atômica e não vamos buscá-la", assegurou.

"Washington e o regime sionista estão tentando provocar divisões para que as nações islâmicas tirem a atenção dos grandes inimigos do mundo muçulmano: Estados Unidos e Israel", afirmou Khamenei.

A negociação entre o Irã e o chamado "sexteto" - as cinco potências com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU (Rússia, China, EUA, Grã-Bretanha e França) e a Alemanha - entrou em um período crítico no início do mês, quando Teerã recusou a oferta para enviar urânio ao exterior em troca de combustível nuclear.

Há duas semanas, Ahmadinejad anunciou que seu país produziria, sozinho, urânio enriquecido a 20% e, dias depois, chegou a falar que o grau de processamento poderia chegar a 80%. O necessário para fabricar a bomba é 95%.

Preparado para a cúpula da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) do dia 1º, o relatório divulgado na quinta-feira teria reunido "vastas e confiáveis informações" acerca das "atividades nucleares sigilosas (do Irã) com objetivo de desenvolver uma carga nuclear para mísseis".

O documento fez com que a Rússia voltasse a dar sinais de que apoiará medidas adicionais contra Teerã. Ontem o chanceler russo, Serguei Lavrov, afirmou que o Kremlin está "muito alarmado" com a recusa iraniana em cooperar com a comunidade internacional. "É inaceitável", declarou Lavrov. Mas seu vice, Sergei Ryabkov, anunciou que a Rússia honrará o acordo de venda de mísseis S-300 ao Irã. Na quarta-feira, Moscou havia suspendido a entrega do armamento, que, segundo analistas, ampliará significativamente a capacidade de defesa iraniana contra ataques aéreos. A decisão havia sido tomada um dia após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, visitar Moscou.

Nesta sexta-feira, França e Alemanha prometeram novas medidas para conter o avanço nuclear iraniano. "O relatório (da AIEA) confirma com precisão os temores muitos sérios da comunidade internacional", disse Bernard Valero, porta-voz da chancelaria francesa.

As seguradoras alemãs Munich Re e Allianz decidiram suspender negócios no Irã após a publicação do documento.

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