O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, informou nesta segunda-feira que convocou os chefes de Estado e o governo da União Europeia para uma cúpula extraordinária em 6 de março para tratar a situação da Ucrânia.
"Os chefes de Estado e de governo analisarão os últimos eventos na Ucrânia e como facilitar a necessária redução das tensões", disse o porta-voz de Van Rompuy em comunicado, no qual informa que a reunião começará às 7h30 (horário de Brasília).
Anteriormente, o ministro de Relações Exteriores espanhol, José Manuel García Margallo, tinha afirmado que "na quinta-feira haverá uma reunião na qual estarão presentes os chefes de Estado e do governo da União Europeia".
Durante uma entrevista coletiva em Bruxelas, onde assistiu a uma reunião de titulares das Relações Exteriores dedicada à Ucrânia, o ministro espanhol acrescentou que "a situação (na Ucrânia) foi qualificada por todos na reunião como a mais grave que o mundo viveu desde a queda do muro de Berlim em 1989".
Os 28 intensificaram sua diplomacia para tentar frear a deterioração da situação na Ucrânia perante a presença de tropas russas na região autônoma ucraniana da Crimeia, e a decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de ignorar os pedidos da comunidade internacional para resolver a crise.
O chefe da diplomacia espanhola afirmou que está previsto que o primeiro-ministro interino ucraniano, Arseni Yatsenik, acuda à reunião da quinta-feira.
"Na Ucrânia foram realizadas atuações que violam a legalidade interna e internacional", disse García-Margallo, que também assinalou que tinha confirmação que Moscou solicitou uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas às 17h30 (horário de Brasília).
O ministro espanhol também informou que a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, viajará amanhã a Madri para se reunir com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e abordar a situação na Ucrânia. Lavrov estará amanhã de visita em Madri e deve se reunir com Catherine às 12h (horário de Brasília).
O ministro russo se reunirá na capital espanhola com o rei Juan Carlos e com o presidente do governo, Mariano Rajoy, além de García-Margallo.
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, disse à imprensa que uma das questões abordadas pelos 28 foi a possibilidade de impor sanções econômicas e diplomáticas à Rússia se não se for interrompida a escalada militar na Crimeia.
Sobre às relações com Moscou, Fabius detalhou que "se não há nas próximas horas" uma redução da tensão "decidiremos medidas muito concretas, como a interrupção de todo diálogo sobre os vistos, os acordos econômicos. Isso quer dizer que as pontes estarão cortados em muitos assuntos".
Os ministros seguirão permanentemente a evolução da situação "para determinar se é preciso tomar novas medidas", acrescentou.
Para Fabius o tom adotado por Moscou é "muito preocupante e deixa entrever que os russos "parece que queiram ir ainda mais longe".
Os países-membros do G7 (EUA, Canadá, Japão, Alemanha, Reino Unido, França e Itália) já decidiram suspender a participação nos preparativos da cúpula do G8 (G7 e Rússia) em Sochi (Rússia), e pediram a Moscou para iniciar negociações diretas com a Ucrânia para superar a crise na Crimeia.
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