O resultado final
O resultado consolidado dos 32 distritos escoceses apontou 55,3% do "não" à independência (2.001.926 votos) e 44,7% (1.617.989) da campanha do "sim", que defendia o governo autônomo escocês. A participação foi de 84,59% do total de eleitores do país, que é de 4.283.392 de pessoas.
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O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, comemorou nesta sexta-feira (19) a vitória do "não" à separação no plebiscito sobre a independência da Escócia.
"Ontem escolheram entre a segregação e a integração, entre o isolamento e a abertura, entre a estabilidade e a incerteza, entre a segurança e o risco certo", disse.
Rajoy é contrário a uma consulta sobre a independência da Catalunha que será realizada em 9 de novembro.
"Com sua decisão, os escoceses evitaram as graves consequências econômicas, sociais, institucionais e políticas que teria representado sua separação do Reino Unido e da Europa", disse em uma mensagem institucional de vídeo publicada no site do governo.
Rajoy disse ainda que os escoceses celebraram o referendo "com escrupuloso respeito à legalidade de seu país", em uma referência velada à pretensão dos nacionalistas catalães de celebrar a consulta que Madri considera ilegal.
O governo alemão também aplaudiu nesta sexta a decisão de permanência no Reino Unido, destacando que o "contexto legal" desta consulta e o da prevista para a Catalunha são "totalmente diferentes".
União Europeia
O resultado do referendo escocês é "bom para uma Europa unida, aberta e forte", afirmou em um comunicado o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
Barroso havia advertido que a Escócia, assim como qualquer outra região que eventualmente conquista a independência de um Estado membro, deixaria de ser integrante da UE e deveria passar por todo o processo de adesão do bloco.
Em uma observação aparentemente destinada àqueles no Reino Unido, especialmente na Inglaterra, que querem sair da UE, Barroso ressaltou que os escoceses e seu governo têm reafirmado seu compromisso europeu nos debates dos últimos anos.
A respeito disso, a líder da extrema-direita da França, Marine le Pen, afirmou nesta sexta que a posição europeísta dos independentistas escoceses lhe parece "bastante incoerente", na medida em que queriam substituir "o jugo" do Reino Unido pela "submissão" à União Europeia.
O presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, se declarou "aliviado" com o resultado do referendo escocês, em uma entrevista à rádio alemã Deutschlandfunk.
"Se agora a Escócia conseguir uma autodeterminação razoável cultural, econômica [...] permanecendo no Reino Unido, então isso pode virar um modelo que pode contribuir para satisfazer outras regiões", disse.
Otan
A Otan, aliança militar ocidental, também comemorou o resultado. "O Reino Unido é um dos membros fundadores da Otan e estou confiante de continuará a desempenhar um papel de liderança para manter nossa aliança forte", disse o secretário-geral do órgão, Anders Fogh Rasmussen.
Os Estados Unidos e outros aliados haviam expressado preocupação sobre a separação do Reino Unido, que mantém seus mísseis nucleares baseados na Escócia.
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