Avaliação
Para agência da ONU situação se estabilizou
Yamagata - A situação na usina de Fukushima Daiichi permanece crítica, mas "razoavelmente estável" na quinta-feira, sem grande piora em relação ao dia anterior, segundo definiu um alto funcionário da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU). "Não piorou, o que é positivo", afirmou Andrew Graham, assessor do diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, em entrevista coletiva.
Andrew, no entanto, alertou que "ainda é possível que ela possa ficar pior". Apesar da crise no Japão, Andrew disse que a indústria nuclear, em geral, tem um "ótimo histórico de segurança", embora os riscos não possam ser reduzidos a zero. "Até hoje não tenho ciência de que alguém tenha morrido nesse acidente. Isso não é para parecer complacente, estamos longe disso."
Divergência
As autoridades japonesas e norte-americanas divergem sobre a avaliação dos acontecimentos na usina, 220 quilômetros ao norte de Tóquio. O chefe da Comissão Reguladora Nuclear dos Estados Unidos, Gregory Jaczko, alertou sobre a possibilidade de grandes emissões de radiação, enquanto o embaixador dos EUA no Japão alertou os cidadãos norte-americanos a ficarem a uma distância de pelo menos 80 quilômetros da usina. Jaczko disse que pode levar "semanas" para o Japão conseguir controlar a situação na usina.
AE
Tóquio - Técnicos da usina nuclear de Fukushima 1 conseguiram ontem restabelecer os cerca de 1.000 m da linha de transmissão de energia danificada que permitiria religar o sistema de resfriamento dos reatores e evitar um desastre.
E os esforços de despejo de água sobre os reatores em situação mais crítica lograram diminuir levemente os níveis de radioatividade na usina.
Segundo a AIEA (agência nuclear ligada à ONU), a situação da crise nuclear é "muito grave, mas estável.
O restabelecimento de energia é a grande esperança das autoridades do Japão para conter em definitivo o risco de um superaquecimento do material nuclear dos reatores provocar um megavazamento de partículas radioativas. "Esse é um primeiro passo para a recuperação, disse a Tepco (Tokyo Electric Power Co.), que opera Fukushima 1.
A linha, no entanto, foi reconectada apenas ao reator de número 2, e ainda há dúvidas sobre se o sistema de resfriamento não foi inutilizado por danos causados pelo tsunami do dia 11.
O sistema primário responsável por impedir o superaquecimento do material radioativo parou de funcionar quando a energia da região foi cortada pelo terremoto.
O secundário, movido a diesel, falhou ao ser atingido pelo tsunami devastador que se seguiu. Desde então, técnicos de Fukushima 1 recorrem a medidas paliativas, como bombear a água do mar, para evitar o aquecimento. Um fracasso em impedir o material radioativo de superaquecer levaria ao derretimento do combustível nuclear e ao seu vazamento. Ontem, a equipe de cerca de 180 pessoas que trabalha na usina priorizava o combate ao superaquecimento das piscinas que abrigam material nuclear já utilizado que continua emitindo radiação.
Desde a véspera, helicópteros, caminhões-tanque e canhões dágua vêm sendo usados para manter o nível das piscinas, sobretudo nos reatores 3 e 4, necessário para evitar um aquecimento.
Os esforços surtiram efeito, e ontem os níveis de radioatividade em Fukushima 1 tiveram ligeira diminuição -mas ainda em nível crítico.
Após uma semana de desesperadas tentativas de evitar o derretimento e o vazamento do material nuclear, os técnicos se concentram em evitar a liberação de radioatividade na piscina do reator 3 são seis no total.
O reator, o segundo a sofrer uma explosão, na última segunda, é o único que processava combustível atômico com plutônio, cujo potencial de danos à saúde humana em caso de vazamento é ainda maior do que no caso do urânio.
Além disso, a equipe que trabalha na usina tenta manter o nível de água da piscina de combustível usado no reator 4, que sofreu incêndio na terça-feira e corre o risco de ficar completamente vazia.
Ontem, o chefe da comissão nuclear dos EUA dissera ao Congresso do país suspeitar de que o reservatório já estivesse vazio o que foi negado pelos japoneses.
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