O Haiti precisa urgentemente de lonas, barracas e 25 mil vasos sanitários, um mês depois que o terremoto de magnitude 7 matou mais de 200 mil pessoas, afirmou o mais alto funcionário da área assistencial da ONU.
O coordenador de Auxílio Emergencial da ONU, John Holmes, afirmou que a fase de assistência médica emergencial aos pacientes feridos no terremoto está "quase totalmente encerrada". Ele acrescentou que um mês depois do desastre as duas principais prioridades para o país pobre são abrigo e higiene.
"É urgente que todos tenham algum tipo de abrigo à prova de água", disse Holmes a repórteres depois de um giro por áreas recuperadas em Porto Príncipe e cidades no entorno.
Holmes afirmou que somente de 30 a 35 por cento das necessidades de abrigo foram atendidas.
O governo haitiano estima que um milhão de sobreviventes do terremoto esteja vivendo em acampamentos provisórios nas ruas, feitos de lonas, folhas de zinco, barracas de acampamento e lençóis amarrados com cordas.
A maioria dos cerca de 500 acampamentos não possui água nem vasos sanitários. Holmes disse que o maior desafio é a distribuição de latrinas.
"Temos de construir algo como 25 mil latrinas de qualquer tipo, podem ser escavadas ou portáteis", disse ele. "Nós provavelmente não chegamos a mais de 5 ou 10 por cento do necessário."
Autoridades governamentais dizem que foram diagnosticados alguns casos de diarréia, tétano e febre nos acampamentos, mas não há nenhuma epidemia em andamento.
Os médicos praticamente encerraram o tratamento de ferimentos traumáticos. Milhares de haitianos tiverem membros quebrados e esmagados no desabamento de casas e prédios. Mas Holmes disse que a reabilitação de pessoas que sofreram amputações e a reconstrução da infraestrutura do setor de saúde do Haiti são desafios de longo prazo.
Ele também declarou que o apelo internacional por ajuda de 575 milhões de dólares no socorro ao Haiti foi 99 por cento cumprido e a ONU irá lançar novo pedido na semana que vem. A quantia ainda não é conhecida.