Em discurso da Cúpula do Milênio 2005, na Assembléia Geral da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou o cumprimento das metas de combate à fome e à pobreza e disse que isso não ocorrerá se persistirem os atuais modelos de financiamento e os limitados fluxos de recursos aos países pobres. Lula disse que é preciso maior presteza e ousadia e ampliar os recursos disponíveis, oferecendo oportunidades de desenvolvimento aos países pobres. Segundo ele, "se os países envolvidos tiverem a devida lucidez estratégica, perceberão que essa nova atitude, esse esforço adicional, é absolutamente necessário".

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De acordo com o presidente, essa nova atitude é "uma vitória dos valores de solidariedade humana sobre as doutrinas então predominantes no mundo, da indiferença moral e da omissão política perante os excluídos, e reflete um estágio superior de nossa consciência coletiva". Lula disse que as metas do milênio se baseiam na convicção de que se deve combater as desigualdades respeitando e valorizando as diferenças.

- Expressam uma visão de democracia segundo a qual os direitos políticos, para serem efetivos, são indissociáveis dos direitos econômicos, sociais e culturais. Afirmam a necesidade de expandir a produção de riquezas, mas universalizando seus benefícios. Na maioria dos países, as metas simplesmente não serão cumpridas se persistirem os atuais modelos de financiamento e os limitados fluxos de ajuda. Temos que ajudar com maior presteza e ousadia. É preciso ampliar e muito os recursos disponíveis para combater a pobreza e a fome, oferecendo oportunidades de desenvolvimento aos países pobres. Se os países envolvidos tiverem a devida lucidez estratégica, perceberão que essa nova atitude, esse esforço adicional, mais do que justo, é absolutamente necessário.

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Em seguida, Lula disse que a paz e a segurança no mundo estão condicionados a essa nova atitude diante de um velho problema.

- Sem esse esforço adicional, temo que a segurança e a paz mundiais se tornem uma quimera - afirmou.

O presidente disse ainda que o Brasil está se empenhando para fazer as mudanças propostas no plano internacional e na Cúpula do Milênio, que estipulou metas de combate à pobreza e redução das desigualdades entre 2000 e 2015.

- Adotamos as metas do milênio como referência obrigatória para nossas políticas públicas - disse Lula.

O presidente citou áreas em que isso já estaria sendo implementado no Brasil, como os programas federais de combate à fome, o direito ao trabalho, a luta pela eqüidade racial e de gênero e a preservação ambiental. Lula falou mais especificamente do Bolsa Família, que já estaria atendendo a 7,5 milhões de famílias. Segundo ele, até o fim de seu governo todas as famílias que vivem abaixo da linha da pobreza estarão incorporadas ao programa. Disse ainda que nos últimos 32 meses foram criados 3,2 milhões de empregos, que estão sendo garantidas vagas para alunos carentes, negros e índios nas escolas públicas, além de financiamento no ensino privado. O presidente também destacou a redução do desmatamento na Amazônia apontado por estudos recentes.

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Lula voltou a reforçar o discurso feito ontem no Conselho de Segurança da ONU e ressalvou que há necessidade urgente de reforma do orgão para torná-lo mais legítimo e mais representativo. Segundo o presidente, sem a reforma do Conselho de Segurança, a ONU não cumprirá o papel histórico que lhe está reservado na intermediação das crise mundiais.