O governo brasileiro vai firmar com a França, no início da próxima semana, no Rio, a compra de 50 helicópteros e de quatro submarinos clássicos, além de um acordo de consultoria para a construção de submarinos de propulsão nuclear até 2020. Os negócios, que serão assinados pelos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Nicolas Sarkozy, serão os primeiros da parceria estratégica na área de Defesa selada entre os dois países no início do ano. É a primeira visita oficial ao Brasil do presidente Nicolas Sarkozy.

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As aquisições fazem parte do Plano Estratégico de Defesa do governo brasileiro e da parceria estratégica com a França. Os 50 helicópteros EC-725 Cougar, fabricados pela Eurocopter-Helibras, serão produzidos no Brasil e entregues a partir de 2010. Para tanto, a subsidiária brasileira terá de investir entre US$ 300 e US$ 400 milhões na adequação de sua linha de montagem, em Minas Gerais.

A segunda compra confirmada será a dos quatro submarinos de classe Scorpène, de propulsão convencional. Produzidas pela francesa DCNS, as embarcações serão montadas em um estaleiro no Rio de Janeiro e em uma segunda unidade a ser construída. "No horizonte 2020, vamos oferecer consultoria ao governo brasileiro para a construção do casco e de uma base de submarinos nucleares", informou nesta sexta, em Paris, o conselheiro diplomático do Palácio do Eliseu, Jean-David Levite.

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Ambos os contratos - cujos valores não foram revelados pelas autoridades francesas - pressupõem a transferência de tecnologia. "Somos dois países que nos reconhecemos como parceiros estratégicos", ressaltou Lévite. "Queremos ajudar o Brasil a confirmar sua ascensão. A transferência de tecnologia é um destes pontos."

A comitiva de Nicolas Sarkozy também pretende adiantar negociações em torno do projeto FX2. A companhia francesa Dassault está na disputa com o Rafale. "Temos informações de que a decisão virá em menos de um ano", disse Lévite, descartando que o negócio pudesse ser sacramentado na visita do presidente francês. São analisados ainda pelo Alto Comando da Aeronáutica o avião sueco Gripen NG e o norte-americano Boeing F-18. O Ministério da Defesa estuda a compra de 36 aeronaves - um negócio estimado em US$ 2 bilhões.

Ainda na área de Defesa, França e Brasil negociam a compra de equipamentos e a transferência de tecnologia dentro do programa Soldado do Futuro.