O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu neste sábado (18) um diálogo direto entre EUA e Cuba, para superar o embargo econômico, uma situação que ele qualificou como "anomalia no continente". O pedido de Lula foi feito durante discurso na 5ª Cúpula da Américas, em Trinidad e Tobago.
Comentando sobre a recente liberalização da atuação de empresas americanas em Cuba, Lula afirmou que "as medidas do presidente Obama vão em boa direção, mas são apenas um começo". Ele também disse que "quem mais sofre com o embargo econômico é o povo cubano".
Visita de Hillary
Mais cedo, Lula recomendou que seu colega norte-americano Barack Obama promova uma visita da secretária de Estado Hillary Clinton à Bolívia e à Venezuela para buscar uma melhora mais rápida nas deterioradas relações de Washington com os dois países.
Os governos esquerdistas de Venezuela e Bolívia trocaram duras farpas com Washington durante o governo de George W. Bush e no ano passado ordenaram a expulsão dos embaixadores norte-americanos de suas capitais.
"O presidente Lula sugeriu que talvez a secretária de Estado (Hillary Clinton) ou outro representante dos Estados Unidos poderia visitar algum destes países", disse o chanceler Celso Amorim, em alusão as nações sul-americanas com quem a maior economia do mundo teve "mais mal- entendidos" recentemente.
Embargo
Os demais líderes sul-americanos também reiteraram a Obama seu pedido para que os Estados Unidos eliminem o embargo a Cuba, enquanto que vários fizeram referências à necessidade de que Washington facilite a chegada de mais recursos para enfrentar com êxito a crise econômica.
Alan García, presidente do Peru, enfatizou que a América do Sul não chegou ao encontro "com uma posição mendicante", ainda que tenha ressaltado que a região está fortemente conectada com a economia dos Estados Unidos e é importante para sua recuperação.
Obama manifestou seu interesse em ajudar a região no combate à disseminação da pobreza e propôs à presidente do Chile, Michelle Bachelet, que um representante norte-americano participe de um encontro de oficiais latino-americanos e caribenhos previsto para junho.
O chefe de Estado norte-americano ressaltou que "é uma época de mudanças" depois que vários de seus colegas sul-americanos lhe expressaram que é necessário remover o embargo, que consideram "anômalo".
"Foi uma reunião muito positiva, na qual o presidente Obama pediu que nossas queixas sejam consistentes", disse sobre o encontro a presidente argentina, Cristina Kirchner.