Em pronunciamento em rede nacional de TV, Maduro exibe fotografias de atos violentos cometidos durante os protestos da oposição| Foto: Reuters/Palácio Miraflores/Divulgação

Vídeo de jornal acusa integrantes do serviço de inteligência de atirar contra manifestantes

O jornal Últimas Noticias, da Venezuela, publicou neste domingo (16) um vídeo no site Youtube em que acusa integrantes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) de atirar contra manifestantes no último dia 12, quando dois estudantes morreram.

Com base em fotos e imagens da internet, o periódico mostra indivíduos identificados com uniformes do Sebin acompanhados e outros com vestimentas civis, ambos com armas de fogo letais nas mãos. Na sequência, as imagens revelam que este grupo de policiais abrem fogo contra um grupo de manifestantes durante uma marcha convocada pelos estudantes em Caracas. Neste dia, foram assassinados Bassil Dacosta e Juan Montoya nas esquinas das ruas Tracabordo e Monroy.

Veja a reportagem e o vídeo

CARREGANDO :)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou neste domingo (16) a expulsão de três funcionários consulares dos Estados Unidos, que segundo disse tinham atividades nas universidades particulares do país.

Publicidade

Assista ao vídeo da convocação oposicionista para nova manifestação (em espanhol)

"Eu dei ordem ao chanceler da República (...) de declarar persona non grata e expulsar do país estes três funcionários consulares da Embaixada dos Estados Unidos na Venezuela", disse Maduro em rede de rádio e televisão.

Maduro indicou que "vinha avaliando" a situação de um grupo de funcionários, que não identificou, e que, segundo disse, estavam vigiando há dois meses em universidades particulares "fazendo reuniões".

O presidente venezuelano assinalou que está "decidido" que se respeite a Venezuela. "Nosso país não se introduz nos assuntos internos de ninguém, muito menos nos assuntos dos Estados Unidos".

O incidente acontece depois que na quarta-feira (12) passada uma manifestação de estudantes em Caracas acabou em confrontos nos quais três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.

Publicidade

Desde então continuaram as manifestações durante todos os dias para pedir a liberdade dos detidos, mais de cem segundo as autoridades, e justiça para os jovens que morreram.

No sábado, o presidente do país afirmou que não renunciará e que "não entregará um só milímetro do poder que recebeu do povo do país"

Tensão cresce e líder oposicionista convoca nova manifestação

O líder oposicionista Leopoldo López, alvo de uma caçada policial sob a acusação de incitar a violência no protesto de semana passada que resultou em três mortes, disse neste domingo que irá se entregar após promover mais uma manifestação. Em vídeo gravado em uma localização não revelada, López disse que não teme a prisão e acusou as autoridades de tentarem violar seu direito constitucional de protestar contra o governo socialista do presidente Nicolás Maduro.

Nos últimos dias o clima de polarização aumentou no país vizinho e o confronto entre forças policiais e grupos de protestos é cada vez mais frequente. No sábado, 23 pessoas ficaram feridas. Neste domingo mais uma noite de protestos em Caracas. As forças de segurança combateram os cerca de 500 manifestantes com gás lacrimogêneo e balas de borracha. O protesto tinha como objetivo demandar que todos os manifestantes contrários ao governo detidos fossem liberados.

Publicidade