A maior associação de pecuaristas do Paraguai reiterou nesta sexta-feira (28) seu pedido por maior segurança no campo e garantias para os produtores estrangeiros no país, diante de constantes ameaças de ocupações.

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Néstor Núñez, presidente da Associação Rural do Paraguai, disse a uma rádio local que o Governo "não se preocupa" com a insegurança que impede o desenvolvimento das atividades agropecuárias nos diversos pontos do país, cuja economia depende principalmente da exportação de soja e de carne.

Nos últimos meses, grupos de camponeses que reivindicam terras para trabalhar intensificaram suas ameaças de invadir fazendas, especialmente as pertencentes a estrangeiros, como parte de suas ações para exigir uma reforma agrária.

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"Vamos defender, dentro do marco da Constituição e das leis, os que estão em condições legais porque são gente que apostou em viver em nosso país para dar algo a seus filhos, assim como paraguaios que vão a outros países em busca de um futuro melhor", disse Núñez.

O novo governo do Paraguai, liderado pelo ex-bispo católico Fernando Lugo, criou nas últimas semanas uma Coordenadoria Executiva para a Reforma Agrária, com o objetivo de atender as reivindicações dos camponeses, e reafirmou que garantirá o respeito à propriedade privada de paraguaios e estrangeiros.

Apesar disso, as principais associações agropecuárias do país consideram que a medida do governo não conseguiu diminuir a tensão nas zonas rurais.

Núñez ainda criticou o discurso "xenofóbico" de alguns líderes camponeses, que considerou contrários às intenções do governo de atrair investimentos para o Paraguai.

"O presidente vai ao exterior buscar investidores para o país e temos aqui japoneses, alemães, brasileiros e cidadãos de outros países que trabalham e investem, apesar desses problemas", acrescentou Nuñez.

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Segundo dados oficiais, nos últimos meses foram registradas cerca de 50 ocupações e desocupações em zonas rurais. Na maioria dos casos os lavradores instalaram acampamentos nas imediações das propriedades afetadas, o que mantém um clima tenso no campo.