A ofensiva israelense no Líbano fez mais duas vítimas brasileiras: um comerciante de 34 anos e um menino de oito anos de idade. O menino de oito anos, cuja identidade ainda não foi divulgada, morreu em um ataque perpetrado pelas forças militares de Israel nesta terça-feira no sul do país.
A outra morte seria de um comerciante chamado Rodrigo Aiman, que teria morrido depois de ser atingido por estilhaços de uma bomba na noite de segunda-feira. A informação, porém, não é confirmada pelo Itamaraty, segundo a assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores.
Segundo o Consulado Brasileiro no Líbano, o menino estava no país de férias, na casa de parentes. A mãe e o irmão da vítima também teriam ficado feridos no ataque. O pai do menino, no entanto, nada teria sofrido.
Seis mortes
Seis brasileiros já morreram no Líbano desde o início da operação militar israelense no país em busca de dois soldados seqüestrados pelo Hezbollah, há pouco mais de uma semana. Uma família inteira de brasileiros foi morta na última quinta-feira durante um ataque das forças de Israel no sul do Líbano. Akil Merhei, de 34 anos, sua esposa, Ahlam Jabir, de 27 anos, e os seus dois filhos, Ali Alhida Merhei, de 8 anos, e Fátima Alhida Merhei, de 4 anos, estavam de férias no país às margens do Mar Mediterrâneo e deveriam retornar ao Brasil no fim de julho.
Akil e Ahlam eram libaneses naturalizados brasileiros e viviam há mais de dez anos no país. As crianças nasceram em Foz do Iguaçu, no Brasil, onde a família residia. Akil era comerciante e professor de crianças e adolescentes.
-Cinco mísseis atingiram a casa da família Merhei, mostrando os destroços. Foi horrível vê-los mortos. Eles estavam visitando as famílias e nunca mais vão voltar - contou o amigo da família, Mohamed Mahoud Hijazi.- Eles ficaram sob os escombros por mais de sete horas. O menino foi retirado com vida, mas morreu a caminho do hospital - acrescentou Hijazi.
Comunidade preocupada
A comunidade libanesa no Brasil está preocupada. Cerca de 200 mil brasileiros vivem no Líbano. A maioria é formada por libaneses que viveram muito tempo no Brasil, naturalizaram-se e regressaram ao Oriente Médio, disse o cônsul-geral brasileiro em Beirute, Michael Gepp. Além disso, cerca de 200 famílias de libaneses ou descendentes residentes no Brasil estariam no Líbano a passeio, sem ter como voltar.
Para minimizar o problema, o governo brasileiro enviou um Boeing 707 da Força Aérea Brasileira para a região. O avião deixou a Turquia na noite de segunda-feira e chegou no início da tarde desta terça-feira no Aeroporto dos Guararapes, em Recife. A bordo, mais de uma centena de brasileiros que fugiam dos confrontos no Líbano.
Os passageiros devem permanecer por três horas em Recife. De lá, o vôo segue para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro.
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