Mais um iraniano foi condenado à morte por participar dos protestos contra o governo no final de dezembro, elevando para 12 o número de pessoas que receberam essa sentença por se manifestarem nas ruas, informou nesta terça-feira a agência de notícias Isna.
"Nove líderes ligados aos tumultos durante a Ashura foram condenados - um com a pena capital e oito a sentenças de prisão", disse a Isna, citando o escritório da promotoria de Teerã, sem fornecer maiores detalhes.
Oito pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas durante as manifestações do dia 27 de dezembro, quando foi comemorada a Ashura, um feriado sagrado muçulmano. Foram os últimos protestos contra o que muitos iranianos chamam de fraudulenta a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad em junho.
Centenas de pessoas foram detidas durante os protestos da Ashura
Também nesta terça-feira, o oficial da justiça Seyyed Ebrahim Raissi disse que outras nove pessoas já condenadas à morte esperam o resultado de suas apelações.
"Seus casos estão na corte de apelações e a decisão é aguardade", disse ele.
Das 12 pessoas condenadas à forca, duas foram executadas no dia 28 de janeiro.
Mohammad Reza Ali Zamani e Arash Rahmani Pour foram condenados por serem Mohareb, ou inimigos de Deus, depois de serem acusados de conspirar para derrubar o regime islâmico.
Enquanto isso, a promotoria informou que a "condenação de 35 elementos" detidos durante as manifestações "foi confirmada e enviada para o juiz definir a sentença. Eles foram acusados de "reunião em transgressão à segurança, propaganda contra o regime, ataques contra forças da ordem, destruição e incêndio."
Dentre os 35 está Behzad Nabavi, um líder da oposição condenado a cinco anos de prisão. Já Ali Reza Beheshti e Mohammad Reza Takik, ambos conselheiros do líde opositor Mir Hossein Moussavi, foram libertados sob fiança nesta terça-feira, informou o escritório da promotoria.
Iranianos apedrejam Embaixada
Cerca de 100 iranianos protestaram nesta terça-feira em frente à Embaixada da Itália em Teerã, gritando "morte à Itália, morte a Berlusconi", informou o Ministério das Relações Exteriores da Itália. Os manifestantes também fizeram protestos na frente das embaixadas da França e da Dinamarca, embora sem jogar pedras e ovos contra os edifícios, o que fizeram no caso da embaixada italiana.
Os protestos ocorreram uma semana após o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, ter visitado Israel e ter anunciado em Jerusalém que a Itália reduzirá seu comércio com o Irã. Berlusconi também afirmou que apoia uma regime de sanções mais duro contra Teerã, por causa do impasse no programa nuclear iraniano. Há muito tempo a Itália é o principal parceiro comercial do Irã na União Europeia.
Imagens do canal a cabo Sky TG 24 mostraram manifestantes apedrejando e jogando ovos contra a embaixada italiana. A agência estatal de notícias da Itália, a Ansa, informou sem citar fontes que a chancelaria do Irã convocou o embaixador italiano em Teerã para fazer um protesto formal contra as declarações de Berlusconi.
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