Um pequeno grupo de pessoas fez uma manifestação nesta terça-feira diante da Embaixada Britânica em Brasília, para protestar pela a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, de 27 anos, abatido a tiros pela polícia de Londres ao ser confundido com um suspeito de terrorismo.
Os manifestantes - cerca de 20 pessoas, vinculadas a partidos e movimentos esquerdistas - exigiram da Grã-Bretanha que indenize a família de Jean Charles, puna os culpados por sua morte e retire suas tropas do Iraque.
Menezes, de 27 anos e que trabalhava como eletricista em Londres, levou sete tiros na cabeça e um no ombro quando, segundo testemunhas, estava num vagão do metrô, na estação de Stockwell.
O governo brasileiro apresentara seu protesto formal na véspera, quando o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, reuniu-se com o secretário britânico de Assuntos Externos, Jack Straw.
Também na segunda-feira, o primeiro-ministro Tony Blair pediu desculpas publicamente e comprometeu-se a investigar o que aconteceu. Em nenhum momento, porém, Londres reconheceu até agora que a polícia tomou uma decisão condenável ao disparar contra Jean Charles depois de, aparentemente, ele ter tentado escapar dos policiais, que estava à paisana.
O embaixador Peter Collecott conversou brevemente com o grupo e reiterou a consternação do governo britânico com o que chamou de um "erro lamentável".
- Trata-se da morte de uma pessoa inocente, que o governo britânico lamenta muito e que, infelizmente, nem com palavras, nem de qualquer outra forma, poderá ser remediada - disse Collecott.
Segundo o diplomata, esse "erro" ocorreu em meio a "uma situação muito difícil em Londres, com terroristas em suas ruas".
Sobre a indenização pedida pela família de Menezes, o embaixador disse que isso deve ser tratado pelo governo e a polícia e declarou que é preciso fazer o possível para aliviar a dor dos parentes diante "desta tragédia, que custou a vida de um inocente".
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