As mulheres sofrem desde a adolescência a pressão social contra o ganho de peso e pela busca de um corpo dentro dos padrões que estiverem valendo na época. As famílias comumente ficam atentas para padrões de atividade e temperamento, tentando adivinhar como será o desenvolvimento corporal após a entrada da menina na vida adulta, com a chegada dos ciclos menstruais. Durante algum tempo, acreditou-se que as meninas mais ativas na infância manteriam o padrão de atividade na adolescência, e isso as protegeria de ganhar peso na vida adulta.
Para testar essa idéia, pesquisadores de Boston, nos Estados Unidos, avaliaram temperamento, padrões de atividade, exercícios físicos e repouso das garotas.
Os especialistas também registraram as medidas das meninas: peso, altura, massa magra e gordura corporal foram levados em consideração. Com esses dados foi possível calcular o índice de massa corporal de todas as participantes.
Foram mais de oitocentas crianças acompanhadas por sete anos, em média, desde a infância até cerca de três anos após a primeira menstruação. Os resultados foram contrários ao que se esperava: as meninas com temperamento mais ativo na infância, que gastavam mais energia e apresentavam um índice de massa corporal menor nessa época da vida, após a primeira menstruação não mantiveram esse padrão.
A conclusão é que não se observou relação alguma entre o temperamento e atividade na infância, e menor ganho de peso e padrões de atividade na adolescência. Portanto, mais do que ficar esperando que as crianças se movimentem e não ganhem peso, elas devem ser incentivadas desde cedo a praticar esportes de forma regular, evitando assim a obesidade e suas conseqüências.